Pouco afetada pelas cheias do início de maio, Teutônia é procurada por moradores de cidades vizinhas para fixar residência. O crescimento preocupa os gestores municipais que buscam alternativas para promover um desenvolvimento sólido.
Subsecretário de Planejamento, Mobilidade Urbana e Segurança Pública, Alexandre Etgenton destaca que a cidade possui capacidade para crescer. Cita que com exceção do bairro Languiru, os demais e as comunidades ainda têm espaço para abertura de loteamentos e novos empreendimentos. “Apesar de sofrermos com alagamentos, a enchente não foi tão grande, então a procura para se residir aqui aumentou e temos que estar atentos.”
Teutônia é a segunda maior economia do Vale, segundo dados do IBGE de 2022. Etgenton salienta que o grande desafio para os próximos anos é criar rotas alternativas para não depender da Via Láctea e da estrada velha. “Teutônia cresceu e se desenvolveu entre três bairros, temos que cuidar para não repetir os mesmos erros do passado.”
Decisão certa
O industriário William Klunk é um dos que migraram de Estrela para Teutônia. Natural de Bom Retiro do Sul, o industriário estava morando faz cinco anos no Bairro Alto da Bronze, em Estrela.
No dia 30 de abril, saiu do trabalho às 11h, com o Rio Taquari em 21m. Ao chegar em casa, conseguiu tirar alguns documentos, mobília e roupa. “O que não conseguimos tirar, levantamos, pois para entrar na nossa casa tinha que dar mais de 28m. Mas não imaginávamos que teríamos essa perda.”
Klunk destaca que comprou a casa faz dois anos e sequer havia terminado de pagar. Sobre o futuro, destaca que a casa não tem condições de ser habitada e precisa de um grande investimento.
O industriário destaca que estava entre Teutônia e Lajeado. Quando estava próximo de fechar negócio por uma residência em Lajeado, a irmã de um colega de trabalho pôs a casa para alugar em Teutônia. “Foram verdadeiros anjos em nossa vida.”
Sobre a readaptação, comenta que por mais que conhecesse Teutônia, é um processo novo. Em um primeiro momento, ele e a esposa seguirão trabalhando em Estrela.
“Ela vai locar um espaço para atender as clientes dela, mas só de saber que na próxima enchente não precisarei enlouquecer novamente, me dá a sensação de que estou tomando a decisão certa. Nesse início será um pouco mais complicado, mas no fi m dará tudo certo”, enfatiza.
Poucos imóveis
O corretor Anderson Machado destaca que se a empresa tivesse mais imóveis, teria locado todos. “O mercado já carecia de opções, e a enchente aumentou a demanda.” Comenta que a procura está muito grande por moradores de Estrela.