No primeiro trimestre, região abre 2,5 mil postos de trabalho

ECONOMIA

No primeiro trimestre, região abre 2,5 mil postos de trabalho

Dados de janeiro a março refletem início de ano promissor no Vale. No entanto, tendência é de queda a partir de maio, com efeitos imediatos da enchente histórica nos empregos formais

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No primeiro trimestre, região abre 2,5 mil postos de trabalho
Foto: divulgação
Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Três meses de saldo positivo na geração de novos postos de trabalho. O começo de 2024 na empregabilidade na região é animador. Ainda sem os reflexos da enchente histórica do começo de maio, os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) refletem também a tendência observada no Estado e no país.

Ao todo, foram criados 713 postos no Vale em março, fruto de um saldo de 6,3 mil admissões e 5,5 mil demissões. O desempenho mensal fica abaixo dos registrados em fevereiro (943) e janeiro (896), mas permanece como um dos melhores resultados nos últimos 12 meses. O acumulado do trimestre passa de 2,5 mil.

Os maiores saldos de março se concentraram nas cidades mais populosas da região, com Lajeado tendo o melhor desempenho, ao criar 286 empregos formais no período. Arroio do Meio (106) e Estrela (103) também tiveram números significativos. Na sequência, aparecem Muçum (44) e Encantado (40).

Por outro lado, 11 cidades registraram mais desligamentos do que contratações no mês, com destaque negativo para Paverama, que fechou 27 postos de trabalho. Dois Lajeados, Mato Leitão, Colinas, Santa Clara do Sul, Canudos do Vale, Capitão, Coqueiro Baixo, Relvado, Travesseiro e Vespasiano Corrêa completam a lista.

Setores em alta

Na análise por município, se percebe a força do setor de serviços para impulsionar a geração de emprego e renda no Vale do Taquari. Em março, por exemplo, Lajeado criou 198 novos postos de trabalho nesta área, bem à frente da indústria, do comércio e da construção civil.

Estrela também registrou um comportamento positivo do setor de serviços em março, com contribuição expressiva ao saldo positivo. Já Arroio do Meio teve como carro-chefe no período o setor da indústria, responsável por mais da metade das vagas abertas.

Impacto significativo

Embora os números do começo do ano sejam positivos, a tendência para os próximos meses no Vale é, novamente, de uma queda na empregabilidade. Muitas empresas, em diversas cidades, foram atingidas direta ou indiretamente pela enchente, o que resultou em demissões e até mesmo o fim das atividades de alguns negócios.

“Estávamos colocando as coisas em dia e aí sofremos novamente com uma catástrofe, e de uma violência muito maior. E é uma situação que o Estado todo passou e ainda está enfrentando, em termos de estragos”, detalha a economista Cintia Agostini, que alerta para um período de empobrecimento da região.

Outro desafio no horizonte diz respeito à mão de obra. “Como vamos atrair pessoas, numa situação como essa? A nossa região é dinâmica e pujante, e agora somos desafiados a colocar isso à prova. Tudo vai depender do tempo que levaremos para dar respostas em termos de políticas públicas, de gestão. Quanto mais nós demorarmos, maior será o impacto na vida das pessoas e nos negócios”.

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