Onde os problemas logísticos ficaram mais evidentes

SEM ALTERNATIVAS

Onde os problemas logísticos ficaram mais evidentes

Um dos grandes desafios neste pós-catástrofe se apresenta na reconexão entre cidades. Muitas ligações, hoje, estão comprometidas ou nem existem mais

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Ponte de Ferro entre Lajeado e Arroio do Meio FOTO - FÁBIO KUHN

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Onde os problemas logísticos ficaram mais evidentes
Ponte de Ferro entre Lajeado e Arroio do Meio FOTO - FÁBIO KUHN
Vale do Taquari

Caos logístico faz mobilidade regional regredir. São inúmeros problemas nas rodovias que resultam em desvios e longas rotas alternativas, elevam custos ao setor e abalam economia local. Desafio é reconstruir pontes e acessos em um curto tempo para restabelecer ligações e projetar investimentos futuros para diminuir dependência de trechos como a BR-386.

Um dos grandes desafios às autoridades públicas e privadas neste pós-catástrofe se apresenta na reconexão entre cidades. Muitas ligações, hoje, estão comprometidas ou nem existem mais. Caso da ponte da ERS-130, entre Lajeado e Arroio do Meio. Nada restou da estrutura, arrastada pela força das águas do Rio Forqueta, no dia 2 de maio.

A reportagem do A Hora elencou os principais problemas da região:


BR-386 (Ponte do Rio Taquari)

– Estrutura ficou submersa com a enchente histórica. Além disso, ponte Norte (sentido Estrela/Lajeado) foi atingida por balsa e sofreu danos;

– A liberação para fluxo de veículos levou três dias após as águas do Taquari baixarem. Hoje, funciona em três faixas, sendo que os sentidos se alternam conforme a demanda;

– Em horários de maior movimento, a lentidão é grande. Caminhoneiros relatam levar até três horas para fazerem a travessia entre Lajeado e Estrela;

Ponte do Rio Taquari exigiu a recuperação imediata. O possivel rompimento preocupou os moradores e líderes da região
FOTO – FELIPE NEITZKE

BR-386 (Forquetinha – Marques de Souza – Pouso Novo)

– Rodovia teve diversos pontos de bloqueio ao longo das últimas semanas, em virtude dos deslizamentos de terra. Alguns trechos tiveram o asfalto totalmente comprometido, como na subida da serra, o que exigiu ações emergenciais na recuperação da pista;

– Outros trechos tiveram pontos totalmente alagados durante os períodos mais críticos da enchente. O acesso a Forquetinha pela rodovia federal, por exemplo, chegou a ser interrompido em mais de uma ocasião devido ao transbordo do Arroio Forquetinha;

– Nos últimos dias, o fluxo até Marques de Souza cresceu, em virtude da rota alternativa de Lajeado a Arroio do Meio, passando por Coqueiro Baixo, Nova Bréscia e Capitão.

Estrutura provisória instalada pelo exército é uma alterantiva de ligação aos moradores de Lajeado e Arroio do Meio
FOTO – FELIPE NEITZKE

ERS-130

– Ponte entre Lajeado e Arroio do Meio foi levada pela força da correnteza do Rio Forqueta. Como a Ponte de Ferro também foi destruída, a ligação entre as regiões baixa e alta do Vale do Taquari ficou comprometida;

– Para minimizar a dificuldade em deslocamentos e não deixar desamparadas as pessoas que se deslocam diariamente de uma cidade para outra, o Exército instalou uma passadeira, que permite a travessia a pé. Barcos e botes também são opções;

– Há problemas também no trecho de estrada de chão da 130, entre Cruzeiro do Sul e Venâncio Aires. Casas e empresas às margens rodovia foram devastadas pela cheia;

ERS-129

– Queda de barreira entre Muçum e Vespasiano Corrêa interrompeu totalmente o tráfego na rodovia, que liga Encantado a Guaporé. A rodovia também é um corredor alternativo do Vale do Taquari para a Serra Gaúcha;

– Como alternativa, a EGR propôs a pavimentação de uma estrada vicinal, paralela à rodovia, de três quilômetros. A ideia é reconectar as duas cidades. A previsão é de concluir os trabalhos até o fim do mês;

– Mais abaixo, o trecho entre Colinas e Roca Sales se tornou a principal ligação entre Lajeado e Estrela com Arroio do Meio e a região alta. Contudo, uma parte do trecho não é asfaltada e as enchentes pioraram as condições da pista;

– O fluxo de veículos na estrada é tão grande que, em alguns momentos, se faz necessária uma interrupção para manutenção. Motoristas relatam levar até duas horas para trafegar de Lajeado e Roca Sales.

Deslizamento de terra causou o bloqueio em Doutor Ricardo na ERS-332
FOTO – DIOGO FEDRIZZI

ERS-332

– Deslizamento de terra causou bloqueio em Doutor Ricardo, dificultando o acesso de Encantado a região ervateira, a Soledade e à BR-386. O trecho foi liberado apenas para veículos leves até o momento. Há possibilidade de liberação para caminhões com carga até 57 toneladas;

– Já em Encantado, o trecho próximo ao Moinho Sangalli também foi danificado devido à cheia do Rio Guaporé, que levou uma parte da cabeceira da ponte. Depois de muito trabalho e transtornos, houve liberação para veículos leves e também pesados.

RSC-287

– Trecho de Venâncio Aires foi um dos mais impactados da rodovia que liga a região central com Porto Alegre. Há pontos de bloqueio que impedem a chegada até a ponte de Vila Mariante, na divisa com Bom Retiro do Sul;

– Como alternativa, a concessionária Rota de Santa Maria prepara o asfaltamento de um desvio de três quilômetros até que o trecho seja totalmente consertado, o que deve demorar alguns meses.

 

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