Em relatório parcial divulgado pela Secretaria de Agricultura de Estrela e técnicos da Emater, estima-se que cerca de 150 residências tenham sido devastadas pela enchente nas comunidades de Arroio do Ouro e Linha Figueira, em Estrela. Centenas de famílias estão abrigadas na casa de amigos e familiares. Além disso, aproximadamente 500 vacas, 300 bois de corte e 100 suínos foram mortos, e dezenas de veículos pertencentes aos moradores, foram perdidos. Calcula-se que os danos aos maquinários agrícolas ultrapassem os R$ 20 milhões somente nessas duas localidades, totalizando prejuízos que superam os R$ 150 milhões.
Esses números foram comunicados pelo prefeito de Estrela, Elmar Schneider, em entrevista à Rádio A Hora, na noite desta quarta-feira, 8. O gestor manisfestou a preocupação em relação à infraestrutura viária, com destaque para a necessidade de alternativas de travessia entre Estrela e Lajeado. Ele lembra do incidente passado envolvendo uma balsa que colidiu com a ponte que liga os dois municípios. “Foi um milagre não ter derrubado”, disse.
Abastecimento de água
Schneider expressou a insatisfação com o fornecimento de água no município, sugerindo que a Corsan talvez não tenha compreendido a extensão da tragédia que assolou a região, especialmente nos municípios mais afetados. A demora na chegada dos geradores impactou as comunidades, resultando em oito dias de escassez de água em grande parte de Estrela. Ele destacou que, 65% das ruas urbanas ficaram submersas durante a enchente, e a limpeza dessas áreas dependem crucialmente do acesso à água. “A Corsan não acreditou no tamanho da tragédia no Vale do Taquari. Eles poderiam ter antecipado a vinda dos geradores, para que as tubulação fossem limpas assim que tivesse baixado a água. Grande parte de Estrela está há oito dias sem água. Se o gerador tivesse sido instalado logo quando a água baixou, isso não estava acontecendo agora. Todo mundo já sabia que ia dar enchente. Os donos da Corsan/Aegea precisam se posicionar sobre a demora ”, manifesta o prefeito.
Apesar de um retorno parcial da energia elétrica na cidade, Schneider levantou preocupações sobre o impacto contínuo da falta de serviços básicos, especialmente para os agricultores que perderam tudo. “Em vários lugares a energia ainda não voltou. O que vai acontecer com aquele agricultor que perdeu tudo, se continuarmos sem energia elétrica e sem água nos locais que ainda seguem sem?”, indaga com insatisfação, Schneider.
Retorno gradual
Embora 72% das principais empresas de Estrela tenham retomado as atividades nesta quarta-feira, outras, como o Hospital de Pronto Atendimento, farmácias e supermercados, devem reabrir somente nos próximos dias. Schneider enfatizou a importância de permanecer resiliente e determinado diante da situação. “Doi, sofremos, mas não podemos desistir neste momento. Temos que ter força e vontade para reconstruir tudo”, desabafa o prefeito.
Preocupações
Outra preocupação do gestor é com a possível migração de empresas da cidade. Ele destacou a necessidade de proteger os empregos locais e promover o desenvolvimento econômico sustentável. “Não podemos perder os empregos. Temos que salvar as empresas para que não saiam da cidade. Temos o prédio da Polar, com bastante amplitude, onde podem se instalar”, oferece.
Ainda sobre a falta de energia em algumas localidades, Schneider disse que terá reunião nesta quinta-feira, 9, com representantes da RGE para discutir soluções imediatas para a questão da energia elétrica. Ele reiterou a importância de uma resposta ágil às necessidades da comunidade.
