Entre as principais necessidades dos municípios atingidos pelas cheias na região, além da água, energia elétrica e alimento, está a segurança. Em Arroio do Meio, o cenário é de saques aos estabelecimentos que permaneceram de pé após a enxurrada, e desespero dos comerciantes e moradores.
Moradora de Lajeado, com comércio varejista e de alimentação em Arroio do Meio, Marines Alves da Silva diz que a situação é desesperadora no município. Proprietária de cinco lojas, a única que permaneceu de pé fica na Rua Coberta e, agora, está sendo saqueada.
Sem contato com as funcionárias e gerente da loja, ela pede ajuda do município. “Não temos acesso, estão roubando tudo, até freezer, não consigo mais informações”.
De acordo com Marines, ela possui, ao todo, 36 funcionários e, com as perdas, não sabe como vai conseguir pagá-los. “A última loja que sobrou eles foram lá e saquearam tudo”.
Reforço
Prefeito de Arroio do Meio, Danilo Bruxel diz que o município reforça o pedido às autoridades de segurança. Na sexta-feira, 3, uma equipe da tropa de choque de Lajeado foi encaminhada de helicóptero à cidade para atuar ao lado da Brigada Militar.
“Fiz um contato com o estado, e eles garantiram reforço até a noite de hoje, em função dos dois homicídios que ocorreram. Queremos tranquilizar a comunidade”.
De acordo com o prefeito, também foi feito contato com o Exército, com um pedido de apoio. “Eles também estão se estruturando para vir à região. Esperamos que fiquem em Arroio do Meio”.
O apoio também é solicitado ao Hospital São José, com abastecimento de água e medicamentos. “Fizemos um contato com a Secretaria Estadual de Saúde, estão providenciando isso. Não podemos deixar desabastecido. Estão vindo médicos de Lajeado pela travessia do rio para dar um suporte”, diz o prefeito. O município segue ainda sem água e energia elétrica.
Medo entre moradores
Muitas lojas foram destruídas no Centro. Outro comerciante do município diz que foi possível salvar algumas coisas do estabelecimento dele, mas o cenário é triste.
De acordo com ele, a energia elétrica e água são importantes para o município, mas a segurança é uma prioridade ainda maior. “Estamos isolados de Lajeado, de onde vem água, combustível, comida, mas o pouco que sobrou, o pessoal está entrando e saqueando. Essa é a nossa cidade”.
Ele diz que a preocupação é geral no município. “Não sabemos o que vai ser de nós na próxima noite”.
Apesar da destruição, o comerciante pretende continuar empreendendo no município e vai fazer o possível para erguer a cidade.
