“Estava com muito medo, mas eu tinha que passar”

Marques de Souza

“Estava com muito medo, mas eu tinha que passar”

Diretor executivo do hospital de Marques de Souza, Joel Zanella, compartilha a experiência angustiante de atravessar as pontes e detalha os desafios enfrentados por moradores após rompimento do acesso que liga o município a Travesseiro

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Atualizado sexta-feira,
03 de Maio de 2024 às 01:08

“Estava com muito medo, mas eu tinha que passar”
Foto: reprodução

O diretor executivo do hospital de Marques de Souza, Joel Zanella, foi a primeira pessoa a conseguir atravessar a ponte que une Forquetinha a Lajeado, após a enchente devastadora que atingiu o Vale do Taquari. Em relato exclusivo, Zanella descreveu a tensão ao cruzar o percurso e confortou familiares sobre a situação dos munícipes: “eles estão bem”.

Sem água, energia e rede telefônica, a população de Marques de Souza encontra dificuldades para conseguir se comunicar com a região. Ao chegar em Lajeado, Zanella buscou pontos para contato, a fim de tranquilizar familiares e amigos dos marquesouzense.

“Sabemos que há muita perda de bens materiais, mas quanto às pessoas que moram lá, elas estão bem, na medida do possível”, conta. Até o momento, somente cinco pessoas deram entrada no hospital em decorrência da enchente. “Elas já foram atendidas e medicadas”.

Morador de Lajeado, Zanella estava isolado em Marques de Souza desde a última segunda-feira, 29. Para chegar à principal cidade do Vale do Taquari, o diretor conta que, primeiramente, atravessou a ponte que liga Forquetinha a Lajeado a pé. “Passei arrastando os pés na ponte, porque hoje à tarde ela estava 1,5 metros abaixo da água. Depois busquei o carro e segui. Estava com muito medo, mas eu tinha que passar”.

Segundo Zanella, o cenário de Marques de Souza é desolador. Além da queda de parte da estrutura da ponte que interliga o município a Travesseiro, o trecho em direção a Pouso Novo também foi atingido. Parte do novo asfalto construído foi levado pelas águas. 

Geradores mantém hospital

Para garantir o atendimento básico de saúde a população, o hospital trabalha a base de geradores. Segundo o diretor executivo, ainda há combustível para mantê-los em funcionamento, mas o retorno da energia será fundamental para o funcionamento da unidade. 

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