Minha avó e o bodoque

Opinião

Claiton Miranda

Claiton Miranda

Tradicionalista e apresentador do programa Fogo de Chão, da Rádio A Hora

Colunista

Minha avó e o bodoque

Por

A minha avó, que já se foi a tempo, foi a minha ponte de contato com uma vida que eu nunca vivi. Em suas narrativas. Lendas e causos sobre fazendas, viagens, animais que eu só conhecia dos livros e figuras mitológicas que, pra mim, eram pura fantasia. A forma como ela agia no cotidiano era diretamente associada a esse modo de vida. Esta época de minha vida foi por demais simbólica e formadora do meu caráter e forma de ver a vida.

Agora, vivendo profundamente o mundo do tradicionalismo, entendo porque o que era dito no seu dia a dia comigo, veio forte nas minhas lembranças dela e seus causos. Lembro do dia que ela me disse: Teu avô, Tinha uma funda, e caçava uns passarinhos, quando a gente queria comer alguma carne”, e isto me marcou profundamente, e ela me contou como se fazia uma funda ou bodoque do jeito que meu avô fazia.

Ainda consigo recordar claramente o cuidado com que ela contava dizendo: ele tirava a casca da madeira, que raspava com a faca para fazer o calço para a tira de borracha e como podia passar horas finalizando o galho nos seus mínimos detalhes, até obter o resultado que queria, fazia de laranjeira ou goiabeira, numa forquilha. Era tedioso ouvir, quando se tem 6 anos de idade. Mas, agora, homem véio barbudo, não posso dizer que não era bonito. Hoje em dia conto as histórias de minha avó e vejo o mesmo brilho nos olhos das crianças que eu tinha na época.

Neste Sábado dia 27/04/2024, haverá a 4ª Edição do Torneio de Bodoque do CTG Bento Gonçalves, Vamos lá atirar umas pedras???

Acompanhe
nossas
redes sociais