Pela dedicação ao preparo de queijos finos e com pesquisas aprofundadas na área, Henrique Herbert, 28, natural de Poço das Antas, recebeu o título de Melhor Queijeiro do Brasil. A premiação foi concedida durante a 3ª edição do Mundial do Queijo do Brasil, que ocorreu entre os dias 11 e 14 de abril, em São Paulo. Ele carrega o título até a próxima edição do evento, em 2026.
“Aqui no Brasil é possível fazer ótimos queijos”, afirma o profissional. Hoje, Herbert reside em Toledo, no Paraná, onde atua como Supervisor e Responsável Técnico no Parque Científico e Tecnológico de Biociências (Biopark), estando frente de um projeto de pesquisa em queijos finos, que visa agregar valor ao leite e fortalecer a cultura queijeira no país.
Durante o evento no fim de semana, o Biopark também conquistou oito medalhas no concurso de queijos. “Esse prêmio não veio do dia para a noite, veio para reconhecer esse trabalho que vem sendo desenvolvido há cinco anos”, reforça Herbert.
O queijeiro destaca que a avaliação não foi feita apenas nos dias do evento, mas uma série de provas foram lançadas ao longo de três meses aos inscritos. Herbert competiu entre seis finalistas e teve o amigo e colega de trabalho Kennidy de Bortoli na equipe.
“Ao longo desses meses, produzimos cinco queijos especiais para o consumo. Tínhamos que entregar a partir do que foi solicitado no concurso”. No sábado, ele passou por 12 jurados internacionais que também avaliaram os conhecimentos técnicos na área para definirem o vencedor.
Setor em ascensão
Natural do Vale do Taquari, o queijeiro saiu de Poço das Antas aos 18 anos, para estudar Engenharia de Alimentos no Paraná. A escolha do curso teve influência do cunhado, que já atuava na área. Já o setor de queijos foi uma opção diferente, que fugia do vinho ou da cerveja, e ainda era pouco estudada na época.
O gosto pela pesquisa também o levou ao mestrado em Biociências, e à especialização em queijos finos. A dissertação de mestrado, inclusive, envolveu a pesquisa e desenvolvimento de queijos europeus.
“Entrei de cabeça no mundo dos queijos, queijos europeus, queijos finos. No Brasil, a cadeia tem muito a ser explorada, tem um potencial enorme de desenvolvimento”, destaca.
O queijeiro diz que faz pouco tempo que o setor começou a ganhar mais ênfase. “Poder participar dessa evolução queijeira no Brasil é o que me motiva a desenvolver esse trabalho. É possível ver o quanto o queijo está se transformando e ganhando importância”.
O queijeiro ainda destaca o apoio da família, que sempre incentivou os estudos dele. Agora, a ideia é continuar as pesquisas na área. “Pretendemos valorizar esse produto tão nobre que é o queijo e agregar valor ao leite”.