Federasul calcula derrota do governo sobre ICMS

mobilização empresarial

Federasul calcula derrota do governo sobre ICMS

Em consulta aos deputados, federação teve respostas de 28 votos contrários a proposta de elevar a alíquota modal para 19%

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Federasul calcula derrota do governo sobre ICMS
No dia 1º de abril, mobilização em frente ao Palácio Piratini reuniu líderes empresariais, deputados e população para alertar sobre impactos do corte de benefícios sobre a cesta básica (Foto: Gabriel Santos/Arquivo)
Estado
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A mobilização empresarial contra o aumento de impostos busca apoio do parlamento gaúcho. Dos 55 deputados, 28 garantiram ser contra a proposta de elevar o ICMS de 17% para 19%.

É o que calcula a Federação das Entidades Empresariais (Federasul). A consulta aos representantes ocorreu na sexta-feira passada, um dia depois do governo do Estado levar o projeto de lei para a Assembleia Legislativa.

“Pela nossa pesquisa prévia, o governador Eduardo Leite terá uma derrota. Nossa estratégia agora é manter esse contato com os deputados e esclarecer para a sociedade gaúcha que essa dicotomia de aumentar a arrecadação com mais impostos está errada”, diz o vice-presidente da Federasul, Rafael Goelzer.

O dirigente realça a necessidade de reunir as mentes, o setor produtivo e a sociedade civil organizada para criar um verdadeiro pacto e crescer do jeito certo. Ele definiu o crescimento correto como aquele com prosperidade, expansão da economia e aumento da base de arrecadação.

Em outra frente, a federação reuniu mais de 300 entidades setoriais dos municípios para formular uma carta contra o aumento do imposto. As adesões, acredita Goelzer, garantem robustez no contato com os deputados para que se posicionem contra a proposta do Piratini.

O documento com as adesões tem como mote a frase: “Sim ao trabalho, à produção, aos empregos, às empresas e à renda de 11 milhões de gaúchos que precisam se reerguer e pedem apoio de seus representantes”.

Conforme o vice-presidente, é preciso sair do pensamento de que o aumento de impostos é a única alternativa. “Temos de confiar nas pessoas, nas nossas empresas. Dar melhores condições, pensar o futuro e fazer a economia girar pelo trabalho e pela produção.”

Para o presidente da Federasul, Rodrigo Sousa Costa, o parlamento terá de ser a voz da maioria silenciosa. “São quase 11 milhões de gaúchos que querem menos impostos sobre as costas. Apostamos que os nossos deputados terão bom senso e responsabilidade para garantir um melhor ambiente de trabalho, produção e vida às pessoas.”

ENTREVISTA


Rafael Goelzer
• Vice-presidente da Federasul

“Nosso objetivo é mostrar à população que as justificativas para elevar o ICMS são falácias”

A Hora – Existe um meio termo para esse assunto evoluir?

Rafael Goelzer – Em todos os governos gaúchos nas últimas décadas, foi apresentado que o único jeito de crescer na arrecadação é pelo meio errado. Todos reiteraram que é por meio do aumento de impostos, e fizeram isso. Essa dicotomia não existe. É uma solução péssima. A Federasul acredita no trabalho. Essa política arrecadatória já expulsou milhares de empresas do nosso Estado. Vamos lá, em Santa Catarina. Há 40 anos era uma região atrasada. Olha como está hoje. O que eles fizeram foi definir um modelo de desenvolvimento, unir diferentes mentes pensantes e executar.

– Como as entidades gaúchas se posicionam quanto a isso?

Goelzer – Sinceramente, não sei se isso é verdade. Já houve tanta mudança nas narrativas desde o fim do ano passado. Para sabermos, o importante é vermos os números. Fizemos essa busca, com dados oficiais da Secretaria Estadual da Fazenda.

Os três primeiros meses do ano costumam ser de baixa na arrecadação. Isso não aconteceu neste ano. Houve um crescimento de 23,7%. Olha que nem começou ainda a safra, que tende a ser recorde. Se pegarmos até o dia 9 de abril, a arrecadação gaúcha passou de R$ 2,8 bilhões. É inacreditável. E esse governo quer que a população pague mais? Acha que tem que cobrar mais de quem já paga muito?

– Quais os próximos passos?
Goelzer – Começamos com a consulta aos deputados e a carta gaúcha, com a adesão de mais de 300 entidades, de diversos setores.

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