Indiferença ao mau comportamento da sociedade reflete no ambiente escolar

ENTREVISTA | A HORA BOM DIA

Indiferença ao mau comportamento da sociedade reflete no ambiente escolar

Psicanalista diz que omissão a qualidade da educação e transferência de responsabilidades às escolas são apenas alguns dos motivadores da conduta dos jovens. Falta de exemplo da sociedade também influencia o comportamento

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Indiferença ao mau comportamento da sociedade reflete no ambiente escolar
Sérgio Pezzi, psicanalista e mestre em educação (Foto: Rodrigo Gallas)
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As recentes brigas em escolas da região levantaram a pauta sobre a segurança dentro das salas de aula e o comportamento dos jovens. Em entrevista ao programa A Hora Bom Dia, o psicanalista e mestre em educação, Sérgio Pezzi, avaliou o comportamento dos alunos e revelou que os recentes episódios são consequências de atitudes que ocorrem há anos, não somente dentro dos educandários, mas também na sociedade como um todo.

Para Pezzi, vivemos um período de mudança comportamental que perpassa do neurótico para o perverso. “No que tange a questão da escola e da educação escolar, penso que existe omissão há muito tempo. No sentido de despreocupação com a qualidade da educação e com a própria realidade escolar, que passa pela formação dos professores, pelo salário e pelo empobrecimento no encorajamento aos alunos quererem o conhecimento.”

Hoje, é comum que muitos pais terceirizem a responsabilidade de educar para os professores. No entanto, o psiquiatra ressalta que o exemplo está muito além da sala de aula. Pequenas atitudes do cotidiano influenciam na compreensão das regras e sua importância para a convivência em sociedade.

Seja no ato de estacionar em local proibido ou fazer uma conversão indevida, o exemplo está no dia a dia. “Nós brasileiros temos um problema com a lei. Temos muita dificuldade em lidar com ela, que vai desde a norma familiar até a lei constituída por um Congresso”, afirma.

Diariamente é possível ver com facilidade regras que são transgredidas por adolescentes, adultos, autoridades e até mesmo crianças. O problema, segundo o psiquiatra, está na maneira como as pessoas tratam os pequenos erros e resolvem as adversidades maiores.

“Quando as pessoas não denunciam os atos infracionais dos adolescentes, por exemplo, eles contribuem para que isso prevaleça e perpetue. É muito importante que o ato infracional seja denunciado, porque a responsabilização jurídica dá possibilidade para a responsabilidade subjetiva, feita no serviço especializado.”

O programa “A Hora Bom Dia” é veiculado na rádio A Hora 102.9, de segunda-feira à sábado a partir das 6h, e aos domingos às 7h.

Assista a entrevista na Íntegra

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