Violência em escola mobiliza rede de proteção

Após briga

Violência em escola mobiliza rede de proteção

Aluno da escola Érico Veríssimo teria invadido sala de aula na Univates, em área cedida ao Colégio Castelo Branco. Como reação, judiciário, promotorias, polícias, universidade e colégios articulam ações para garantir mais segurança e evitar novos episódios

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Violência em escola mobiliza rede de proteção
Briga foi registrada na manhã de ontem em espaço cedido pela Univates. (Imagem: reprodução / WhatsApp)
Lajeado

A briga filmada por alunos do 1º ano do Ensino Médio do Colégio Castelo Branco, na manhã de ontem, trouxe um efeito cascata sobre a relação entre Estado e Univates. A universidade firmou um termo de cooperação com a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) para que os cerca de 900 alunos da rede pública tivessem aulas dentro da Instituição de Ensino Superior (IES).

No entanto, relatos de brigas e de atos de indisciplina começaram a estremecer essa relação. Há algumas semanas, inclusive a direção do Castelinho foi notificada pela reitoria sobre alguns “excessos” por parte dos estudantes.

Com a confusão de ontem, a situação ficou ainda mais delicada. Tanto que, após o vazamento das filmagens da troca de agressões entre adolescentes nas redes sociais, a IES se reuniu e emitiu uma nota oficial, na qual sugeria o cancelamento das aulas do Castelinho até que fosse possível garantir a segurança tanto dos estudantes da rede pública, quanto dos acadêmicos e alunos de instituições parceiras.

Este primeiro comunicado fez com que demais órgãos do Estado se mobilizassem. Uma reunião remota entre Univates, judiciário, Brigada Militar, 3ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), Seduc e direção do Castelinho, determinaram algumas medidas a partir de hoje.

A partir de comunicado do Estado, ficou determinada a criação de um Comitê de Prevenção à Violência (Cipave). Outra medida será a presença de ronda ostensiva da Brigada Militar entre os prédios onde estão alunos do Castelinho.

Posse de droga e de uma soqueira

A motivação da briga seria por uma rixa relacionada a um “namoro”. Segundo um aluno, testemunha do episódio, o estudante de outra escola teria chegado com uma soqueira e iniciado as ameaças.

Esse adolescente da Érico Veríssimo seria maior de idade e se deslocou até a Univates para enfrentar o outro jovem, de 16 anos. Nas redes sociais, o menor afirmou que agiu em legítima defesa.

A violência levou cerca de dois minutos, e só foi interrompida quando uma professora se aproximou para separá-los. Nenhum dos colegas próximos mostrou reação em ajudar. Só depois do clamor da professora é que um grupo de alunos se mobilizou para separar a briga.

Depois das agressões, os dois foram levados para a delegacia, os responsáveis e o conselho tutelar foram chamados. As imagens registradas servem de provas e o assunto será levado para o Juizado da Infância e da Adolescência.

Com a chegada da Brigada Militar foi constatada que havia mesmo uma soqueira e dentro da mochila de um deles uma substância parecida com maconha.

Tanto a direção do Castelinho quanto a 3ª CRE analisam as medidas disciplinares a serem tomadas em relação aos envolvidos.

Nota oficial do Estado

Sobre o caso ocorrido na Escola Estadual Castelo Branco, alocada atualmente nas dependências da Univates, em Lajeado, a Secretaria Estadual da Educação (Seduc) informa que a equipe diretiva da instituição, de forma conjunta com a 3ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) e com a universidade, realizou todos os procedimentos junto às forças de segurança para atendimento da ocorrência.

O cronograma de aulas está mantido e a Brigada Militar realizará o reforço no policiamento. Serão realizadas ações de combate à violência na escola conduzidas pelo programa Cipave, com ações que envolvem palestras, círculos de paz, rodas de conversa, encaminhamento de alunos e professores para atendimentos psicossociais, além de iniciativas que trabalhem com a comunidade escolar da região como um todo.

Ainda, nesta terça-feira, 2 de abril, ocorrerá um encontro presencial na Univates com a presença da 3ª CRE e da equipe da Cipave para realizar o acolhimento dos estudantes e profissionais da escola.

Nota da Univates

Em reunião remota realizada no final da tarde de hoje (01/04), com representantes da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), da Brigada Militar e do Poder Judiciário, ficou definido pela Seduc, em conjunto com a 3ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) e com a direção da escola Castelinho, que as aulas não serão suspensas, assumindo o Estado, diante da Univates, o compromisso de reforçar o monitoramento disciplinar e vigilância, para dar mais segurança à comunidade escolar e acadêmica na continuidade das atividades no campus. Também foi esclarecido que as medidas disciplinares e legais foram tomadas pela escola e que também serão promovidas ações pedagógicas contra a violência escolar.

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