Infância pasteurizada

Opinião

Ivanor Dannebrock

Ivanor Dannebrock

Gestor Educacional e Integrante da Equipe Dale Carnegie

Infância pasteurizada

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Percebo no cotidiano como é necessário abordar o óbvio. Retomar questões simples que as pessoas esquecem (ou fazem questão de esquecer), no movimento frenético diário. Nada melhor e mais necessário do que fazer o básico bem feito. Apenas depois que aprendemos a dar conta do básico bem elaborado, teremos condições de avançar para questões mais complexas.

Como vivemos numa sociedade permissiva, se perdeu a noção de limites. Porém para termos resultados satisfatórios, a necessidade de saber até onde podemos avançar e demonstrar respeito, é uma condição intrinsecamente interligada com a positividade de qualquer ato. Além da ‘vibe do tudo pode’, “estamos criando nossas crianças muito pasteurizadas”. Empresto a fala que achei genial, da palestrante paulistana Cice Galoro, do Projeto Allma – Urban 95, voltado para a Primeira Infância, desenvolvido pela Prefeitura de Colinas. Sem contato intenso com a natureza, caminhar e rolar pelo chão, explorar árvores e praças, brincar com pet”s, etc, a criança não será saudável e nem terá um desenvolvimento pleno. Enquanto permanecer o extremo cuidado de não sujar, nossas crianças não criam anticorpos, as doenças e as “…ites” continuarão a proliferar. Conviver em meio à natureza sempre será benéfico para a saúde física e mental, independente da idade.

“As crianças pequenas experimentam redução do estresse e melhor desenvolvimento físico, social, cognitivo, emocional e mental quando têm acesso regular à natureza”, afirma a diretora brasileira do Projeto Urban 95, Claudia Vidigal. O Vale do Taquari ainda é um lugar privilegiado, vivemos em aglomeramentos urbanos menores, com propostas e espaços públicos muito bem pensados. Nos cabe permitir que nossas crianças os exploram exaustivamente, educando-os para o correto uso do que é público. Novamente a necessidade de regras entra em jogo. Oxalá tenhamos um dia, o cuidado com o bem público, a preservação de materiais expostos, como vimos em cidades menores, a exemplo dos coelhos em Colinas.

Nosso olhar para a estética deve permear todas as áreas de nosso entorno, atentando para tudo aquilo que é belo, ou que podemos tornar belo, indo ao encontro da etimologia do termo. Tanto na área paisagística, quanto na forma como criamos nossas crianças e valorizamos nossos idosos pela sua experiência de vida. Podemos sempre estar abertos para apreender novas pos

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