“Aglomerar pessoas nunca foi positivo”, diz promotor de Justiça

ENTREVISTA | FRENTE E VERSO

“Aglomerar pessoas nunca foi positivo”, diz promotor de Justiça

Sérgio Diefenbach avalia impacto de conjutos habitacionais na sociedade. Em Arroio do Meio, moradores de bairros resistem em receber estruturas. Município foi contemplado com 500 novas moradias

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Atualizado quinta-feira,
28 de Março de 2024 às 12:18

“Aglomerar pessoas nunca foi positivo”, diz promotor de Justiça
Promotor de Jutiça Sérgio Diefenbach (Foto: Pedro Rodrigues)
Vale do Taquari

Instalações de unidades habitacionais nem sempre repercutem de forma positiva em uma determinada região. Em Arroio do Meio, por exemplo, a informação da construção de mais de 500 novas moradias não foi bem-vista e gerou descontentamento por parte da população de alguns bairros.

Conforme o promotor de Justiça, Sérgio Diefenbach, moradores resistem e não aceitam novos complexos habitacionais. Municípios enfrentam problemas com relação a escolha das áreas. “A tarefa não é simples. Não estamos falando de uma simples construção de casas, que já não é fácil. Precisa ter um trabalho de equipe forte dentro dos municípios envolvendo diversas secretarias”.

O Ministério Público observa eventual manifestação de moradores. Diefenbach destaca que o posicionamento é legítimo. Porém, não há nenhum amparo legal para a postulação. Muito pelo contrário, corre o risco de caracterizar uma discriminação e sofrer inclusive uma repressão sobre esse aspecto. “Uma questão é o que a lei permite, a outra é o que eu quero.”

E complementa, “o aglomerar pessoas nunca foi positivo. Esse reassentamento, obviamente, quanto mais organizado, mais espalhado e mais consensual ele for, melhor. Esse é o trabalho que estamos tentando conduzir o município para que façam assim”.

Além disso, ele ressalta que quando acontece a remoção de um grupo de pessoas é preciso ter acompanhamento de profissionais como, serviço social, psicologia, agente comunitário de saúde. “É isso que faltou e falta em conjuntos habitacionais como, por exemplo, o Novo Tempo, em Lajeado. É necessário ter o controle desses locais”.

Audiências públicas

O promotor esclarece, ainda, que em alguns municípios estão sendo organizadas audiências públicas com os gestores. Entre maio e abril, devem iniciar uma série de audiências em cada município com as comunidades para que o cidadão que queira se expressar tenha o espaço para se pronunciar.

Acompanhe a entrevista na íntegra

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