A campanha de vacinação contra a gripe começou mais cedo. Tudo por conta do alto índice de contaminação no RS. Conforme a Vigilância Epidemiológica do Estado, o número de internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) está quase oito vezes maior do que no mesmo período do ano passado.
O fato reforça o alerta da Secretaria Estadual da Saúde (SES) da importância para que a população dos grupos prioritários se vacinem. No Vale do Taquari, há pelo menos quatro vírus respiratórios em circulação.
“Eu faço a vacina todos os anos. É sempre melhor prevenir. Nunca precisei ser internado. Quando tenho uma gripe, sinto que é mais fraca”, diz o aposentado Ingo Schreiner, 83, morador do bairro Hidráulica, em Lajeado. Ele foi logo pela manhã fazer a vacina contra a gripe, no posto de saúde do Centro. “Assim que ouvi que foi liberada, eu já me organizei para vir.”
Pelo mapeamento, foram constatados o Vírus Sincicial Respiratório (causador das bronquiolites, mais agressivo nas crianças), a covid, influenza A e B. No Hospital Bruno Born (HBB), maior da região, em março foram notificados 29 pacientes com SRAG. Destes, três estão na UTI.
A 16ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) elabora um relatório com os números de 37 municípios da região. Os dados estão sendo tabulados e devem ser apresentados ainda nesta semana.
Pela estratégia estadual, a campanha costuma iniciar em abril. Pelo risco de contaminação elevado, a vacinação começou ontem. A SES orienta os municípios a fazerem a aplicação assim que receberem as doses. No primeiro lote, o RS recebeu cerca de 480 mil imunizantes.
Hospitalizações no RS
Em 2023, no mesmo período, foram 17 registros de SRAG que levaram à internação. De janeiro a março, o número foi de 135 casos. Da mesma forma, houve mais óbitos. Em 2024, sete confirmados ante três do ano passado.
De acordo com a técnica do Núcleo de Doenças Respiratórias do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), esse cenário epidemiológico preocupa e foi determinante para antecipar a vacinação. “É fundamental atingirmos a cobertura vacinal para reduzir essa tendência de aumento de hospitalizações e óbitos”, frisa.
A meta do Estado é imunizar 90% dos grupos prioritários (crianças, gestantes, puérperas, pessoas com mais de 60 anos e povos indígenas).
Saiba mais
- A influenza é uma infecção viral aguda que afeta o sistema respiratório, altamente transmissível e pode variar de casos leves a graves, podendo levar à morte.
- Os tipos A e B são responsáveis por epidemias sazonais, enquanto o tipo A está associado a pandemias, como a de 2009 por H1N1.
- As vacinas usadas na campanha nacional pelo SUS são trivalentes, contendo os tipos A (H1N1), A (H3N2) e B do vírus influenza.
- O esquema vacinal é em dose única, exceto para crianças menores de nove anos que nunca foram vacinadas, que precisam de duas doses com intervalo de 30 dias entre elas.
- A vacina contra influenza pode ser administrada junto com outras vacinas do Calendário Nacional de Vacinação, como a vacina contra a covid-19.
Vacinação no Vale
Até o momento, a 16ª CRS recebeu 14.360 doses na semana passada, com previsão de recebimento de mais 16,7 mil. A estimativa populacional de pessoas imunizadas nos 37 municípios da área de atuação da coordenadoria, alcança 144,4 mil pessoas.
Grupos prioritários
Os grupos prioritários
para a campanha de vacinação contra a gripe:
- Crianças até seis anos
- Idosos
- Gestantes
- Puérperas
- Trabalhadores da saúde
- Povos indígenas
- Professores
- Portadores de doenças crônicas