O primeiro trimestre de 2024 trouxe boas notícias para a Languiru. Ainda em processo de recuperação, a expectativa é obter fôlego financeiro com a venda do frigorífico de suínos para a JBS e, por consequência, aumento da demanda na fábrica de ração, habilitação da unidade de Westfália na exportação de carne de frango para China e retomada da venda de leite com a marca da cooperativa.
O cenário impacta inclusive na abertura das vagas de emprego. A projeção é que até o segundo semestre sejam contratados aproximadamente 350 profissionais, com a abertura do segundo turno no abate de aves e aumento da demanda de ração, com a compra estabelecida no contrato a ser assinado com a JBS.
Conforme o presidente-liquidante da Languiru, Paulo Birck, em entrevista ao Conexão Regional da Rádio A Hora, o processo de crescimento no quadro de profissionais está vinculado com a confirmação das tratativas que estão em fase final. “Muitas empresas estão em contato conosco para abater frangos. A ativação de um segundo turno demanda cerca de 230 pessoas até metade deste ano. Com isso, vamos abater 150 mil aves por dia. Teremos que chamar também pessoas para fábrica de ração. Hoje são 750 colaboradores, a projeção é até metade do ano ter 1,1 mil”, explica.
Presidente liquidante da Cooperativa Languiru, Paulo Roberto Birck (Foto: Mateus Rois)
CEO da JBS em Teutônia
A Assembleia Legislativa do RS aprovou a mudança na lei que permite a JBS utilizar créditos de ICMS para adquirir o frigorífico de suínos em Poço das Antas. O negócio representa R$ 80 milhões para Languiru e a garantia de aumento na demanda de ração a ser produzida. “A JBS se compromete a absorver os associados, recontratar mão de obra, fazer investimentos”, complementa. Na próxima semana, o CEO da JBS e técnicos estarão em Teutônia para uma reunião definitiva e visita à estrutura.
Retorno do leite longa vida
Até o final de abril, a marca de leite da Languiru deve voltar para os supermercados. Uma parceria permite a industrialização na estrutura da empresa Lactális. Conforme Birck, o acordo ocorre uma vez que a cooperativa não possui mais máquinas para envazar o leite e o custo com embalagens é R$ 0,30 maior por unidade do que a marca parceira. “A ideia é começar o quanto antes para em abril o varejo ter o leite à disposição”, confirma.
Além disso, os produtos serão destinados para unidade de varejo venidas para rede como Passarela (Teutônia), Super Zart (Poço das Antas) e Rede Ávila de Taquari (Canabarro).
Novo estatuto e auditoria
No dia 26 de março ocorre uma assembleia com os associados. No encontro, será apresentada uma comissão para reformular o estatuto da Languiru. “Para pensar como queremos a cooperativa. Se queremos o modelo de um presidente vitalício. Eu defendo de que ninguém é pra sempre, a renovação tem que acontecer ao natural, precisamos ter sucessores. Não podemos recair no erro de não trocar presidente. Tínhamos 5,5 mil associados e 46 eram aptos a serem votados. Temos que rever estes pontos. Além disso, queremos incluir mulheres e filhos de associados na votação”, explica.
Até início de maio será entregue o resultado da auditoria que vai apurar as causas da decadência financeira da cooperativa.
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