Uma guarda armada para (quase) 100 mil habitantes

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

Uma guarda armada para (quase) 100 mil habitantes

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Após mais de cinco anos de debates, análises, e de arquivamentos e desarquivamentos de projetos, a câmara de vereadores de Lajeado aprovou a criação de uma guarda municipal armada para uma cidade com quase 100 mil habitantes, e que costuma receber todos os dias outros milhares de trabalhadores, visitantes, turistas e consumidores. E um dos pontos mais delicados deste movimento é a permissão para uso de armas de fogo por parte dos futuros agentes.

É uma mudança muito complexa, reforço, embora muitos ainda tratem do fato com uma ilusória e irrefletida naturalidade. Não por menos, a lei determina que qualquer integrante do agrupamento precisa passar por um treinamento específico para a habilitação legal, além de avaliações periódicas – no mínimo a cada dois anos –, incluindo exames toxicológicos, “de forma a verificar a aptidão física e psíquica para o exercício da atividade”.

O projeto de lei aprovado em plenário também especifica as consequências por eventuais “lesões ou mortes”, não autoriza “disparos de advertência”, e só permite o uso de armas de fogo contra terceiros em casos de “legítima defesa própria ou de outrem contra ameaça iminente de morte ou ferimento grave”, e ainda para “impedir crime que envolva séria ameaça à vida”. Em caso de “lesões ou mortes” causadas pelos tiros, a orientação aos futuros agentes é “facilitar a prestação de socorro”, “promover a correta preservação do local”, “comunicar imediatamente o fato ao superior”, além de outras ações mais protocolares e não menos necessárias. À Secretaria de Segurança Pública, cabe outros procedimentos, incluindo a investigação por meio de uma “Corregedoria Municipal da Guarda”. É complexo, reforço. E certamente ainda vai render muitos debates junto à comunidade local.

Acil cobra melhorias no Parque do Imigrante

Novo presidente da Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil), Joni Zagonel concedeu entrevista ao Frente e Verso e cobrou uma reestruturação nos ambientes e estruturas do Parque do Imigrante, a principal área de eventos na mais populosa cidade do Vale do Taquari. Além de citar a necessidade de adequações na recente obra de conexão entre pavilhões, ele anunciou um pré-projeto da própria Acil para conectar os pavilhões à portaria lateral do parque. Objetivo é ampliar a área para expositores e possibilitar espaços internos para estacionamento. E vamos combinar. É preciso fazer isso e muito mais naquele nobre imóvel localizado em um dos pontos mais estratégicos e valiosos do município. E não faltam recursos e criatividade nos ambientes da prefeitura.

Lelo quer voltar?

Nos últimos anos, Celso Kaplan (PP) viveu uma experiência na secretaria de Saúde de Estrela e hoje ele atua como Diretor da Secretaria de Saúde de Lajeado. Mas tudo indica que o desejo do “Lelo” é retornar às origens. E, nas redes sociais, ele iniciou a divulgação de algumas mensagens subliminares acerca do próprio futuro na política. Para muitos, os recados significam que ele já é pré-candidato a prefeito de Imigrante. Um cargo já ocupado por ele entre os anos de 2013 e 2020.

Estrelas no South Summit

Secretária de Educação de Estrela, Elisângela Mendes participa do South Summit Brazil 2024, em Porto Alegre, um dos mais representativos eventos de inovação da América Latina. Por lá, e acompanhada de outras representantes do Executivo, ela apresenta hoje, a partir das 14h, o projeto “Estrelas do Conhecimento”. “É a única rede municipal de educação que estará como um case nesse grande evento. É um momento para também mapear possíveis parceiros para as próximas edições.” Sobre o projeto, ela ressalta a importância no aprendizado dos estudantes. “A gente trabalha a consciência, o raciocínio, a resolução de problemas e a criticidade por parte dos alunos”, ressalta.

Ana da Apama e outras novidades no PP

Vereadora mais votada em 2020, com 1.749 votos conquistados no pleito municipal, Ana da Apama confirmou as informações dos bastidores e migrou do MDB para o PP. Um fato aguardado, reforço, principalmente em função da conturbada relação dela com líderes emedebistas, e que já perdura há mais de dois anos. Com a “novidade”, o PP terá uma nominata com os dois vereadores mais votados na eleição passada – Medonho (PP) foi o segundo com 1.623 votos. Além da Ana, o partido também anunciou a filiação da suplente de vereadora Daiane Bauer, que deixou o MDB ainda no ano passado. E o Progressistas também espera contar com o ex-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Aquiles Mallmann (PSDB), o popular “Cascão”, que também estuda migrar ao PL.

TIRO CURTO

  • Em Lajeado, o CTG Bento Gonçalves anuncia o lançamento da música Canto pro meu CTG, composta para festejar os 70 Anos do centro. O evento ocorre amanhã, na sede da entidade.
  • O Departamento de Trânsito já possui um esboço de projeto para tentar resolver o gargalo no entroncamento entre a Rua Sabiá e a Av. Alberto Müller, no bairro Universitário. Entre as propostas avaliadas, a construção de uma pequena rótula e até mesmo a inversão da prioridade das vias.
  • Aliás, os moradores aguardam o prolongamento da Av. Alberto Müller até a Av. Amazonas. Mas essa obra é um pouco mais complexa. Afinal, existem terrenos privados no caminho.
  • Na câmara de Lajeado, o vereador Carlos Ranzi (MDB) voltou a cobrar a reinstalação da parada de ônibus em frente a Escola Estadual Érico Veríssimo, no bairro São Cristóvão. E mais do que isso. O poder público municipal precisa ao menos cobrar a reconstrução do muro da escola. Ou faz por conta de uma vez, já que os problemas são decorrentes da ampliação da Av. Alberto Pasqualini.
  • Ainda no Legislativo de Lajeado, o também emedebista Waldir Blau voltou a criticar o Secretário de Saúde (Sesa), Cláudio Klein, em função dos turnos e horários de atuação do servidor, compartilhados entre a Sesa e o escritório particular. “Secretário ‘meia-boca’”, disparou Blau.
  • Em tempo, só os vereadores Sérgio Kniphoff (PT) e Alex Schmitt (PP) votaram contra o projeto da guarda civil armada de Lajeado. E Isidoro Fornari (PP) não votou porque estava em Brasília.

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