Estado avalia sugestões do Vale sobre modelo de pedágios

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Estado avalia sugestões do Vale sobre modelo de pedágios

Previsão é que sejam instalados 15 pórticos de free flow em mais de 250 quilômetros de rodovias concedidas. Região apresenta possíveis locais de leitura para Secretaria de Parcerias. Pontos são mantidos em sigilo e só confirmados após rodadas de discussões com líderes do Vale

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Estado avalia sugestões do Vale sobre modelo de pedágios
Antecipar para os primeiros cinco anos de contrato a duplicação da ERS-130 está entre no centro da discussão. Trecho de Encantado até Lajeado é considerado fundamental para o desenvolvimento econômico do Vale. (Foto: FILIPE FALEIRO)
Vale do Taquari

A lista de sugestões, evidências e números sobre custo logístico para empresas da região foi levada ao governador Eduardo Leite. Em uma análise prévia, as informações agradaram o chefe do Piratini.

Como próximo passo, se determinou a continuidade dos diálogos e análises dos apontamentos locais. Entre os quais, estão os 15 pontos para instalação dos pórticos de free flow.

Uma reunião extraordinária foi feita ontem. Os resultados mantidos em sigilo. A estratégia é apresentar a proposta final para toda a comunidade regional em audiências públicas que serão marcadas para este semestre.

Participaram do encontro chamado pelo secretário de Parcerias, Pedro Capeluppi, o vice-presidente da Câmara da Indústria e Comércio da região (CIC-VT), Adelar Steffler, e o presidente do Conselho de Desenvolvimento (Codevat), Luciano Moresco.

O formato estudado pelo governo do Estado, a partir de modelagem do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), estabelece cerca de 450 quilômetros de pistas concedidas à iniciativa privada.

Neste bloco, estão rodovias da região norte, nas imediações de Passo Fundo, e também nos trechos central, nas ERSs 128, 129, 130 e 453, três das principais estradas gaúchas que cruzam o Vale do Taquari.

Pontos de concordância

Pelas análises técnicas do Estado e apontamentos regionais, o número de pontos de cobrança do free flow e o modelo de diluir a tarifa por trechos são aspectos em comum. Conforme o cálculo da equipe da secretaria de Parcerias, seria uma cancela automática a cada 15 quilômetros.

Isso significa que a tarifa ficará entre R$ 0,23 até R$ 0,26 por km rodado. Esse indicativo traz mais um ponto de concordância. Conforme o presidente do Codevat, Luciano Moresco, esse cálculo prévio está de acordo com o antecipado nas análises regionais.

“Com um pedágio diluído, mais motoristas colaboram. Isso aumenta a arrecadação, garante o necessário para obras de infraestrutura, e termina com o impasse dos locais das praças de pedágio fixas, que, por muito tempo, separaram cidades e regiões.”

Sobre os locais dos pórticos, a expectativa é apresentar em mais um encontro regional. Inclusive é levantada a possibilidade de promover um fórum ou mesmo uma audiência pública.

De maneira prévia, cada estrutura de cobrança automática ficaria nas proximidades das divisas dos municípios dentro da área de concessão.

Pelo formato anterior, apresentado entre 2021 e 2022, estava previsto mais de R$ 4 bilhões em investimentos durante 30 anos. Pela projeção atual, passa dos R$ 5 bi. Caso se mantivesse a cobrança em praça fixa, a tarifa base ficaria perto dos R$ 15, preço considerado impraticável pelo grupo da região.

Detalhes

  • Estado e líderes regionais buscam agregar sugestões para elaborar o modelo de concessão das rodovias;
  • Concordam que a cobrança automática, por meio do chamado free flow, é mais justa;
  • Estimativa de 15 pórticos de leitura de placas no trecho de 250 quilômetros das ERSs-128, 129, 130 e 453;
  • Após análises prévias, as informações apresentadas ao governador Eduardo Leite foram bem recebidas, levando à determinação de continuidade dos diálogos e análises dos pontos de instalação dos pórticos;
  • O governo planeja concluir essa etapa até julho, com a apresentação do edital do leilão no segundo semestre, visando à extinção da EGR e o contrato com a nova empresa responsável em 2025.

Sem resposta

A proposta de dividir o lote 2 de rodovias devido às características de cada trecho regional ainda segue em análise. Para o Estado, é uma ideia que ainda precisa de mais estudos.

Como a modelagem do leilão é feita em parceria com a equipe do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), compreende-se que unir trechos mais movimentados com outros de menor fluxo faz com que a concorrência não se concentre apenas nos quilômetros mais rentáveis.

Pelo mapa pensado sugerido pelos líderes regionais, o trecho de um novo bloco começaria em Casca até Venâncio Aires. No outro sentido, a concessão iria de Estrela a Garibaldi, com o acréscimo da Via Láctea, em Teutônia. Um total perto dos 250 quilômetros.

Pelo cronograma do governo, essa etapa deve ser concluída neste primeiro semestre. Após a fase de apresentação, o Piratini espera apresentar o edital do leilão no segundo semestre. Caso seja cumprida essa organização, a extinção da EGR e o contrato com a nova empresa responsável ocorreriam em 2025.

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