Uma nova roupagem – e novos nomes – ao PDT

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

Uma nova roupagem – e novos nomes – ao PDT

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O Partido Democrático Trabalhista (PDT) é um dos mais tradicionais no país. E não é diferente no Vale do Taquari. Hoje são 50 vereadores atuando nas câmaras legislativas da região, além de cinco prefeitos eleitos em 2020 – Celso Forneck, em Teutônia, André Brito, em Taquari, Vânia Brackmann, em Poço das Antas, Amarildo da Silva, em Fazenda Vilanova, e Moacir Severgnini, de Pouso Novo, além de Jarbas da Rosa, na vizinha Venâncio Aires. Em 2024, e com auxílio de experientes profissionais gaúchos do marketing político, a proposta da direção estadual é “criar uma nova roupagem” à sigla do “velho caudilho” Leonel de Moura Brizola. Além, claro, de angariar novos nomes ao pleito de outubro. Em Estrela, por exemplo, e entre outros líderes comunitários, o PDT filiou ontem o vereador Felipe Schossler e o ex-vereador e ex-secretário Marcelo Braun.

A luta é pelo Vale. E não por um partido

A breve e restrita passagem de Lula pelo Vale do Taquari gerou um escarcéu nas redes sociais. De um lado, os críticos e inimigos do político e sua ideologia mais à esquerda. De outro, os militantes do Partido dos Trabalhadores, os admiradores do presidente da República e, claro, os legítimos fãs do experiente político. Não poderia ter sido diferente neste cenário recente de antagonização na política nacional. Mas outros fatores da histórica visita presidencial poderiam ter sido bem diferentes e, portanto, mereceram manchetes. Doa a quem doer, o Grupo A Hora tem o dever de tratar as coisas como elas são e não dar brecha ao oportunismo em meio a pior tragédia da nossa história. A abordagem crítica do encontro entre líderes nacionais, estaduais e municipais em Lajeado é uma luta pelo Vale, e não por um partido, agente público ou modelo ideológico.

É bom que se diga e repita: a passagem do presidente Lula pelo Vale é de uma significância extraordinária na história política regional. Além disso, e diferente de outros integrantes da pomposa comitiva, o chefe da ação foi discreto e não extrapolou os limites do bom senso – e da verdade. Outros, porém, ignoraram as informações já amplamente divulgadas e insistiram – talvez pensando no pleito de 2026 – em narrativas frágeis sobre o que fora prometido e tudo o que efetivamente já chegou ao Vale do Taquari. E o Grupo A Hora tem o compromisso de expor isso em defesa de quem paga uma boa fatia da conta do nosso pujante e constante desenvolvimento regional. É um compromisso firmado com cada morador e com cada empresa ou indústria – pequena, média ou grande – impactadas pelas enchentes de 2023. Doa a quem doer!

Comitivas mais efetivas em 2023

É bom que se diga, doa a quem doer, que o governo federal sempre esteve ao lado do Vale do Taquari desde os fatídicos dias quatro e cinco de setembro de 2023. E mais. As demais comitivas federais foram muito produtivas à região. Primeira-dama, vice-presidente e ministros percorreram ruas e residências destroçadas pelas enchentes e verificaram, in loco, os prejuízos gerados pela fúria do Rio Taquari. Também sentaram lado a lado e frente a frente com líderes e políticos regionais nos ambientes da Biblioteca da Univates para negociar, informar, instruir e ouvir sobre todas as nossas dores. Concederam entrevistas coletivas e ainda atenderam à imprensa regional de forma extraoficial, no tradicional tête-à-tête entre agentes públicos e veículos de comunicação. Desta vez, porém, a comitiva liderada por Lula passou pela região sem ouvir. Por fim, tomara que o PT retome o bom exemplo inicial na próxima e necessária visita ao Vale do Taquari.

E as vaias e ofensas à Janja?

Li, ouvi e compactuo com as defesas aos prefeitos de Lajeado, Marcelo Caumo (PP), e de Estrela, Elmar Schneider (MDB), que foram grosseiramente vaiados – assim como o governador e o vice-governador – durante o evento político arquitetado pelo Partido dos Trabalhadores (PT) na sexta-feira passada, no requintado Teatro da Univates. No entanto, é preciso uma breve reflexão. Será que os mesmos que condenam as injustas vaias aos agentes públicos locais compactuaram com as vaias e xingamentos ainda mais graves e desferidos contra a primeira-dama da República durante a passagem dela pelo centro de Lajeado? Ora, não custa reforçar: civilidade gera civilidade.

Free flow avança!

Secretário Estadual de Parcerias e Concessões, Pedro Capeluppi recebe hoje um grupo de representantes do Vale do Taquari. O encontro ocorre em Porto Alegre, sem a presença da imprensa, e servirá para os líderes regionais apresentarem os cálculos com as distâncias e os pontos de instalação dos arcos de cobrança do free flow nas rodovias estaduais. A informação extraoficial é de que o governador Eduardo Leite (PSDB) gostou da sugestão construída em âmbito regional.

TIRO CURTO

  • Durante visita a Festa da Uva, me chamou a atenção o estande da empresa responsável pelo transporte público coletivo na cidade anfitriã do evento, a pujante Caxias do Sul. E um aspecto curioso. O principal propósito do estande era divulgar a possibilidade de empresas privadas anunciarem suas respectivas marcas nos ambientes internos e externos dos ônibus, como forma de “subsidiar” os custos da tarifa aos passageiros. Achei interessante.
  • Sob a análise do Tribunal de Contas do Estado (TCE) desde agosto do ano passado, o processo licitatório para implantação de uma parceria público-privada para a “Iluminação Inteligente” em Lajeado não tem prazos para avançar. Na semana passada, o governo municipal solicitou outra vez a revogação da decisão liminar e o prosseguimento do edital. Mas ainda não houve decisão.
  • Presidente da Amvat, o prefeito Jarbas da Rosa (PDT) vai concorrer à reeleição. Para isso, precisa deixar a função junto à associação até o início do mês de junho. Edmilson Busatto (MDB), prefeito de Bom Retiro do Sul, vai assumir a presidência.
  • Líderes regionais devem participar de um grande ato contra os decretos do governador Eduardo Leite (PSDB), que retiram incentivos fiscais de 64 setores produtivos e impactam diretamente a cesta básica dos gaúchos. A revisão do governo inicia no dia primeiro de abril.

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