Depois de cinco anos desde o início da elaboração, o Plano de Mobilidade Urbana de Lajeado foi aprovado na Câmara de Vereadores. A votação ocorreu na sessão de terça-feira, 12. O documento é um conjunto de regras, ações, projetos e outras normativas para garantir a acessibilidade e integração, além de ordenar a circulação de pessoas e veículos em áreas de domínio público.
O plano foi elaborado a partir de um estudo técnico e era debatido desde 2021 entre vereadores e líderes de associações. O documento possui 25 páginas e reúne 95 artigos.
Ao todo, são 10 capítulos e quatro eixos: educação para a mobilidade urbana; modos não motorizados, com foco no pedestre, calçadas e ciclistas; modos motorizados, para estimular o uso do transporte coletivo como ônibus; e sistema viário, a fim de viabilizar a segurança, com a execução de projetos viários e intervenções geométricas e de engenharia de tráfego.
Demandas
O Plano de Mobilidade Urbana foi trabalhado no Fórum das Entidades de Lajeado, que fez a revisão do documento, a pedido do Executivo. Um Grupo de Trabalho foi criado em maio de 2022 e, em agosto daquele ano, o plano foi devolvido ao município, com observações.
Integrante do Fórum, Eduardo Gravina diz que o projeto surge devido a uma necessidade da cidade ter um plano de mobilidade para ter acesso a recursos do governo federal. Segundo ele, havia um prazo inicial para que fosse apresentado, e a data foi prorrogada devido a pandemia, entre outros fatores.
“O documento traça diretrizes de estudos e serviços necessários para que se melhore ou se mantenha a mobilidade, à medida que os centros urbanos vão crescendo”, reforça Gravina. Com isso, o poder público apresenta demandas, como investimento em transporte, acessos e infraestrutura em geral.
Conforme Gravina, esse crescimento populacional exige estudos e avaliações constantes para que as ações sejam preventivas e não corretivas.
Desafios
No Plano de Mobilidade, o principal desafio é absorver todas as demandas dentro da estrutura de funcionários da prefeitura. Para Gravina, o desafio é implantar soluções que atendem às reais necessidades da população, como sistemas de transporte público eficientes e meios de transporte alternativos para diminuição da quantidade de carros e engarrafamentos.
“Este plano, além de ajudar a administração nos caminhos que deve seguir para que a mobilidade urbana não seja um gargalo da cidade, permite ao poder Executivo a busca por recursos específicos para pôr em prática as mudanças necessárias”.
Hoje, o centro de Lajeado concentra o maior fluxo de pessoas, devido às empresas que geram empregos e outra demanda é encontrar soluções para o deslocamento para a região central.
O Executivo vai divulgar o Plano de Mobilidade Urbana por meio de uma cartilha ilustrativa e com textos breves sobre os conteúdos. O plano deve ser revisado em um prazo não superior a 10 anos após sua entrada em vigor.
Ações à mobilidade
- No caso de novas calçadas ou reformas, deverá ser considerada a implantação de rampas;
- Requalificação das calçadas existentes, preferencialmente nos eixos comerciais e áreas institucionais;
- Incentivo ao desenvolvimento científico-tecnológico e ao uso de energias renováveis e menos poluentes;
- Implantação de faixas elevadas para travessia de pedestres nos cruzamentos viários que apresentem fluxo significativo;
- Construção de calçadões de uso exclusivo dos pedestres;
- Ampliar a infraestrutura de apoio ao modo cicloviário com instalação de bicicletários, paraciclos, sinalização de trânsito e pontos de apoio ao ciclista;
- Viabilizar a implantação do sistema de bicicletas compartilhadas, com objetivo de inseri-la como modo de transporte, além da prática esportiva;
- Estudar a implantação de corredores exclusivos e/ou faixas exclusivas para o sistema de transporte coletivo por ônibus;
- Criação de bolsões de estacionamento coletivo destinados aos veículos leves, localizados nos parques municipais e áreas de uso comum.