Setor produtivo cobra respostas da CCR ViaSul

Vale do Taquari

Setor produtivo cobra respostas da CCR ViaSul

Duplicação parada, novo atraso no cronograma de entrega e revisão nos acessos secundários em Lajeado, são as principais críticas do empresariado. Acil, CIC-VT e governo de Lajeado convocam ANTT e concessionária para reunião na próxima terça-feira

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Setor produtivo cobra respostas da CCR ViaSul
Liberação das passarelas, retornos e viaduto entre os bairros Olarias e Montanha são alguns questionamentos que serão levados para a reunião de terça-feira. (Foto:Filipe Faleiro)
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Os mais de 20 quilômetros de novas pistas entre Marques de Souza e Lajeado deveriam ter sido entregues ainda no ano passado. Pelo contrato com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o prazo expirou em julho de 2023.

Desde então, um festival de novas promessas à entrega. Nenhuma cumprida. A última encerrou em fevereiro. Agora, um novo cronograma estabelece uma data aproximada, entre o fim deste primeiro semestre e início do segundo.

As respostas evasivas por parte da concessionária, CCR ViaSul, minam a paciência de líderes regionais, tanto no espectro público quanto no setor produtivo. Tanto que os representantes da empresa foram “convocados” para uma reunião na terça-feira, 5 de março.

Até o fim da tarde dessa sexta-feira, nenhum nome da concessionária havia sido confirmado. Junto com a operadora dos pedágios, também foram chamados servidores da ANTT, e a agência confirmou a presença de dois integrantes.

O encontro foi organizado pela Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil), pela Câmara da Indústria e Comércio (CIC-VT) e pelo governo de Lajeado. Ocorre no salão de eventos da entidade lajeadense, a partir das 15h.

A duplicação do primeiro trecho vai do acesso de Marques de Souza até o entroncamento com a ERS-130, em Lajeado. A obra começou em julho de 2021, após atraso de quatro meses do governo federal em conceder as licenças ambientais. Nestes primeiros quilômetros de novas pistas, o montante investido se aproxima dos R$ 300 milhões.

Pela legislação, a ANTT é responsável pela fiscalização das obras. Quando há o descumprimento dos cronogramas previstos no contrato, é possível aplicar a redução de tarifa como multa. Foi o que ocorreu nessa quarta-feira. A CCR ViaSul precisou reduzir em R$ 0,30 a tarifa básica em quatro praças de pedágio na BR-386.

Região descontente

“Conversamos com integrantes da CCR no início de fevereiro. Nos disseram que o contrato com a terceirizada seria reavaliado no mês passado. Agora queremos saber como estão esses encaminhamentos”, diz o prefeito de Lajeado, Marcelo Caumo.

Integrante da diretoria da Acil, responsável pelo setor de infraestrutura, o empresário Nilto Scapin, reafirma: “é momento de cobrarmos. Se passaram muitos meses dos prazos. A demora para terminar a obra traz prejuízos para toda a sociedade, tanto pelos riscos à segurança dos motoristas quanto para a logística regional”.

De acordo com ele, caso a CCR ViaSul não confirme algum representante, a reunião está mantida devido a presença da ANTT. “A empresa sabe que será criticada. Se não participarem, vamos levar todo o nosso desconforto para a agência responsável pelo contrato.”

Inclusive, realça Scapin, uma das estratégias do encontro é oficializar o Ministério dos Transportes. “Pensamos em elaborar uma carta oficial do setor produtivo do Vale para as autoridades. Vamos enumerar cada ponto de descontentamento e exigir respostas.”

Acessos e revisão de obras

Falta de acessos aos bairros, de retorno e sinalização confusa nas vias paralelas são alguns dos problemas vistos na área urbana de Lajeado. “Além de saber sobre o andamento da duplicação, queremos melhorias nos acessos pela cidade”, diz o prefeito Caumo.

Por parte do empresariado de Lajeado, também existe uma discussão sobre a entrada na cidade pela rua Bento Rosa, entre os bairros Carneiros e Hidráulica. Por parte do governo de Lajeado, foi apresentada a reivindicação para elevar em dois metros a via, que fica abaixo do viaduto da BR-386.

Obras paradas

Na manhã dessa quarta-feira, a reportagem do A Hora percorreu os 22 quilômetros entre Lajeado e Marques de Souza. Nenhum operário da Eurovias, empresa contratada para obras de duplicação, estava no trecho. Motoristas afirmam que essa é a situação faz pelo menos dez dias.

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