Projeto aprofunda o olhar para a influência germânica no Vale

NEUE HEIMAT

Projeto aprofunda o olhar para a influência germânica no Vale

Richter Gruppe e Grupo A Hora lançam no Parque Histórico, projeto que conta como os imigrantes alemães influenciaram a vida na região

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Projeto aprofunda o olhar para a influência germânica no Vale
Charles Rossner, presidente da Amturvales, destacou celebrações dos 200 anos
Vale do Taquari
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Nos últimos 200 anos, os alemães influenciaram de modo marcante costumes do Rio Grande do Sul e a vida no Vale do Taquari. Com o impacto, fica difícil ignorar as bandinhas, a cuca e o chucrute.

O Grupo A Hora e o Richter Gruppe lançaram nesta quarta-feira, no Parque Histórico em Lajeado, o projeto Neue Heimat, na tradução, “Nova Pátria”.

O projeto, ao longo de dez meses, mostrará por meio de histórias, relatos e entrevistas, a influência germânica no Vale do Taquari e no RS.

Na retaguarda, o professor Waldemar Laurindo Richter, 75, será a referência histórica. Ex-prefeito de Forquetinha, Richter garantirá que informações inéditas cheguem ao público. Elas são fruto de suas pesquisas meticulosas ao longo de cinco décadas sobre os alemães no Sul.

Lançamento do projeto “Neue Heimat” ocorreu ontem à noite no Salão Troller, em Lajeado. Cerimônia reuniu líderes e autoridades da região

A opção pelo nome “Neue Heimat”

O Salão Troller, no Parque Histórico, serviu como palco para o lançamento do projeto. A presença de entidades ligadas à cultura alemã, direção do Grupo Ahora e do Richter Gruppe, historiadores e professores marcaram o evento.

O projeto valoriza o bicentenário dos imigrantes alemães e contará a chegada deles ao território brasileiro”. “Os alemães embarcaram num navio precário, cheios de incertezas numa viagem que, para muitos, durou 90 dias. Aqui chegando, defenderam o Brasil como a “nova pátria”, explica Waldemar Richter. A iniciativa leva o nome alemão “Neue Heimat”, para valorizar a língua.

O diretor editorial e de produtos do Grupo A Hora, Fernando Weiss evidencia a riqueza de informações levantadas por Richter. O conhecimento do professor permitirá ao time de jornalismo, produzir em diferentes mídias, histórias e curiosidades da influência alemã na formação da região. “O Vale do Taquari tem o privilégio de contar com a dedicação do professor Waldemar Richter que pesquisa a história germânica há mais de 50 anos. Vamos mostrar isso.”

Waldemar Richter, idealizador do Parque Histórico de Lajeado, preserva a história dos colonizadores alemães no Vale. (FOTOS Andreia Rabaioli)

O conteúdo editorial vai alcançar um público diverso, indo além da cultura germânica. ” O Vale do Taquari também carrega na cultura italiana e dos açorianos e dos indígenas, uma força extraordinária. Temos uma miscinegação cultural e étnica surpreendente. Mas neste momento, focamos imigração alemã pelo bicentenário”, justifica Fernando Weiss.

Richter assume o papel de guardião de memória

O vasto conhecimento dos alemães levou Waldemar Richter a ser o protagonista do projeto. Por isso, ele será uma espécie de apresentador. Investiga as próprias origens há mais de 50 anos e é entusiasta da construção de memórias, museus e genealogias.

Há 23 anos, Richter executou o Deutscher Kolonie Park, Parque Histórico, na função de secretário de Cultura e Turismo de Lajeado. O local acabou virando uma referência nacional da cultura e moradias alemã. Ele conseguiu reimplantar no parque, casas construídas pelos alemães há 150 anos. As construções, feitas com a técnica enxaimel ganharam páginas de jornais e são cenários de fotógrafos nas redes sociais. O ator Tiago Lacerda fez até um filme no local.

Richter também foi o primeiro prefeito de Forquetinha, em 2001 e por outras duas vezes. Quando assumiu, no início do século, a Administração, tratou que evidenciar a identidade cultural do município, com a arquitetura diferenciada. A Prefeitura e o Parque foram construídos de acordo com a técnica enxaimel. A casa de Waldemar também. Os nomes dos órgãos públicos são expostos em alemão.

Principais ações

O projeto Neue Heimat inicia em março e segue até dezembro nas plataformas do grupo A Hora, desvendando tradições e legados. Por ser multiplataforma, vai incentivar a conexão com jovens leitores e internautas.

RÁDIO A HORA

Cinco vezes por semana, o programa O Vale em Pauta produzirá boletins diários na voz do historiador Waldemar Richter contando histórias, ações e relatos dos alemães no Vale do Taquari.

REDES SOCIAIS

Vídeos semanais sobre tradição e costumes serão produzidos para as redes sociais, narrados pelo historiador Waldemar Richter

JORNAL IMPRESSO

Através de reportagens e entrevistas, o público terá a oportunidade de conferir nas páginas do jornal, a cultura e a identidade dos alemães que povoaram o Vale do Taquari.

50 LIVROS

Em junho, o Grupo A Hora celebra a cultura germânica com o lançamento simultâneo de 50 livros do historiador Waldemar Richter. Essa coleção oferece uma visão abrangente das primeiras 50 famílias que desbravaram o Vale do Taquari e representa um marco histórico e formando uma biblioteca das famílias originárias alemãs.

DICIONÁRIO HUNSRIK

Em junho, o Grupo A Hora faz o lançamento do Dicionário Hunsrik, dialeto falado pelos imigrantes alemães. Através de um trabalho meticuloso, o historiador Waldemar Richter compilou expressões populares e vocábulos curiosos, transmitindo a importância de manter viva essa língua aos descendentes do Vale.

DOCUMENTO

Em dezembro, o Grupo A Hora presenteia a comunidade com um documento histórico compilado pela equipe de jornalismo em colaboração com Waldemar Richter. A obra reúne os destaques da trajetória dos alemães no Vale do Taquari e no Rio Grande do Sul, assim como os eventos realizados no ano do bicentenário. O documento é um registro para garantir a memória da imigração alemã nos 200 anos de comemorações.

5 curiosidades sobre os imigrantes do Vale

  1. Dom Pedro queria injeção de sangue novo no Brasil e como esposa atuante, a imperatriz dona Leopoldina influenciou a vinda dos imigrantes para que povoassem o Sul e afastassem o perigo de a Argentina invadir as terras.
  2. Os imigrantes escolhiam como professor a pessoa mais idosa, experiente e íntegra da colônia. E com certa dificuldade para trabalhar na lavoura. O mestre assumia a tarefa de educar os filhos e os agricultores assumiam a área de terra do professor, para que ele pudesse viver e vender suas hortaliças.
  3. As primeiras famílias que povoaram Conventos em Lajeado, eram multitarefas: formados por pedreiros, parteiras, costureiras, dentistas, ourives e outros ofícios.
  4. A viagem pelo mar demorava até três meses porque as caravelas dependiam do vento. Mulheres tiveram filhos na viagem
  5. Gostavam de festas de 3 dias, os Kerbs, de cerveja e vinho. Muitos se tornaram especialistas na fabricação de cerveja.

 

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