“ESG não é um setor das empresa, é o negócio todo”

MEIO AMBIENTE

“ESG não é um setor das empresa, é o negócio todo”

Afirmação do presidente do Conselho de Meio Ambiente de Lajeado dá a dimensão do quanto é importante trabalhar governança, questões sociais e ambientais nas organizações

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“ESG não é um setor das empresa, é o negócio todo”
Lajeado

O primeiro debate de 2024 do projeto Viver Cidades levou abordou o tema “ESG: olhar à sociedade e ao meio ambiente”. O programa foi transmitido pela Rádio A Hora 102.9 e pelas redes sociais do Grupo A Hora, na quarta-feira, 21. Participaram do estúdio da rádio o secretário do Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade de Lajeado, LuísAndré Benoitt, e o presidente do Conselho de Meio Ambiente de Lajeado e coordenador do Núcleo ESG da Associação Comercial e Industrial de Lajeado, Lucas Augusto Lengler. A diretora de Indústria da CIC -Teutônia, Cíntia Lopes de Abreu Schmidt, debateu o tema de forma online.

Lengler conceituou ESG (sigla em inglês) como um conjunto de requisitos que as empresas têm que atender dentro das dimensões de governança, questões sociais e ambientais. “De maneira mais simples, é a empresa, poder público, voltar a sua governança para essas práticas, cada um com suas caraterísticas específicas e seus planos de ações.” Ele ainda compartilhou que a questão ambiental está ligada a tratamento de água, de efluentes, social diz respeito às questões de saúde, segurança dos colaboradores, e o social tem a ver como a empresa se relaciona com a comunidade. “A governança trata muito de transparência e ética. ESG não é um setor da empresa, é o negócio todo.”

Na opinião do secretário Benoitt, que já atuou na iniciativa privada, percebe-se mais dificuldade para implantar o ESG no poder público, mesmo sendo muito importante. Um dos entraves, segundo ele, diz respeito às trocas de comando na esfera política a cada dois anos. “Este ano, temos eleições municipais, daqui a dois anos, estaduais e federais. Digamos que se feche uma parceria entre estado e governo municipal, em dois anos tudo pode mudar.” Benoitt cita como exemplo o saneamento básico. “É um investimento muito importante, só que demanda muito tempo para implantação e depende de várias esferas políticas.”

Conexão

Para Cíntia, o ESG se conecta entre os setores. “Não tem essa de cada um fazer uma coisa.” Na visão dela, é necessário democratizar o conceito, para as pessoas entenderem do que se trata e poderem participar. “Que bom que chegamos neste tempo de olhar para o meio ambiente, que possamos olhar de uma forma saudável para as empresas, municípios e sociedade como um todo.”

Cíntia ainda destaca que uma empresa que mantém práticas adequadas para o mundo, as pessoas vão reconhecer e querer participar desta organização, seja trabalhando, consumindo seus produtos. “Quando falamos de ESG, não são só as pessoas trabalhando e sim a empresa pensando dessa forma.”

O que significa

Saiba mais

A sigla ESG surgiu pela primeira vez em 2004, em um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) intitulado “Ganha quem se importa”, em tradução livre para o português. O então secretário-geral da ONU, Kofi Annan, fez um desafio a 50 presidentes das maiores instituições financeiras do mundo. Ele pedia soluções para integrar fatores sociais, ambientais e de governança no mercado de capitais até 2030.

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