Entidades lamentam ausência e intensificam críticas ao Piratini

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Entidades lamentam ausência e intensificam críticas ao Piratini

Governo não enviou representantes para o Fórum Técnico, evento da Federasul que discutiu ontem o corte de incentivos fiscais ao setor produtivo. Fiergs propõe prorrogação dos benefícios até que se encontre uma nova alternativa

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Entidades lamentam ausência e intensificam críticas ao Piratini
Setor produtivo compareceu em peso ao fórum. Governo não enviou representantes. (Foto: Thiago Maurique)
Estado
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Sem representantes do governo estadual, o evento promovido ontem, 21, pela Federasul, em Porto Alegre, serviu para empresários reforçarem o descontentamento com o corte de incentivos fiscais. Sobraram críticas à medida, ao Palácio Piratini e também ao próprio governador Eduardo Leite.

O encontro, batizado de “Fórum Técnico”, ocorreu no Palácio do Comércio. Apesar do convite enviado pela Federasul, o Executivo gaúcho não enviou um porta-voz. Alega que abriu diálogos individuais com os setores afetados. Além do setor produtivo, deputados estaduais da base aliada e da oposição compareceram à atividade.

Presidente da Federasul, Rodrigo Sousa Costa não escondeu a frustração pela ausência do governo e questionou a estratégia adotada pelo Estado. “Nós temos aqui a indústria, o comércio, os serviços, o agronegócio e outros setores. Buscamos o bem comum, então não há alternativa. Precisamos negociar a revogação de tudo aquilo que prejudicial, social e economicamente”, frisa.

Para Costa, a discussão individual cria riscos de conflitos entre os setores, num momento em que é pregada união. “Vamos tentar encontrar soluções em bloco para evitar que um setor se sinta prejudicado, que fique para trás. Eu não posso pensar em beneficiar apenas o meu setor”.

Transparência

A presença do governo no encontro promovido pela Federasul, na visão de Costa, seria importante não apenas para marcar presença e ouvir os questionamentos do setor produtivo, mas também para prestar contas à sociedade.

“Até pela narrativa adotada por eles. Se fala muito em benefícios fiscais e entendíamos que, perante a opinião pública, insinuavam que era lucro de grandes empresas e que havia algo a ser escondido. Em função disso, optamos por este modelo, de convidá-los. Um modelo transparente. Não temos nada a esconder”.

“Tiro no pé”

A região também esteve representada no Fórum Técnico na capital. Presidente da Dália Alimentos, Gilberto Piccinini lembra que o setor representado por ele – proteína animal – sofre há mais tempo e entende que o aumento de impostos é “um tiro no pé. Vai nos tirar competitividade. Levamos meses para nos colocarmos em situação de estabilidade. E esses decretos vão nos onerar muito”, pontua.

Na mesma linha, o presidente da Associação Comercial e Industrial de Encantado (ACI-E), Angelo Fontana, defende o diálogo como única forma para reverter as medidas do Estado. “Infelizmente, tanto na opção por aumento da alíquota como agora, com os decretos, o governo abriu um espaço muito curto para dialogar. Não houve espaço para as entidades compreenderem e trazerem sugestões”, recorda.

O vice-presidente regional da Federasul e presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços (CIC) de Teutônia, Renato Scheffler, considerou válida e importante a participação dos deputados. Cita que há insatisfação com a proposta entre os parlamentares da base aliada. Mas teceu críticas à ausência governamental no encontro.

“Infelizmente o Legislativo nada pode fazer, pois não tem gerência sobre essa situação. E o governo está irredutível, não quer tirar os decretos. Nosso debate hoje era justamente isso, trazer os contrapontos dessa situação. Sei que está chamando uma por uma das entidades, mas aqui era um momento de fazer esse debate”.

Alternativa

Durante o encontro, foi abordada uma possível alternativa proposta pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). A sugestão é de que os incentivos fiscais vigentes sejam prorrogados até o fim do ano. Até lá, governo e entidades buscariam uma forma de minimizar os danos ao setor produtivo.

“Essa sugestão do Gilberto Petry (presidente da Fiergs) é importante porque vai aumentar o espaço para debater soluções. Eu venho dizendo que sem diálogo, nós não vamos chegar a lugar algum”, avalia Fontana.

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