“Lugar bonito é lugar perigoso”

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

“Lugar bonito é lugar perigoso”

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Masato Kobiyama nasceu no município de Kitakata, Estado de Fukushima, no Japão, e imigrou para o Brasil em 1991. Hoje é professor titular do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Ufrgs e membro da Global Alliance of Disaster Research Institutes (GADRI) do Disaster Prevention Research Institute da Kyoto University. Também é um dos coordenadores do Grupo de Pesquisa em Desastres Naturais no IPH da Ufrgs e faz parte da coordenação da Comissão Técnica de Desastres da Associação Brasileira de Recursos Hídricos, a ABRHidro. Com diversas palestras e estudos no currículo, é uma referência no assunto. E, mesmo com toda a pompa acadêmica e experimental, ele utilizou a simplicidade para resumir o Vale do Taquari durante sua palestra no Seminário das Enchentes, realizado no sábado, em Muçum. “Lugar bonito é lugar perigoso”.

Em resumo, Masato reforçou o óbvio. Vivemos em uma área de vales, montanhas e sinuosos rios e arroios. Um local onde a beleza é natural e os riscos serão eternos. Um ponto onde desde sempre convivemos com enchentes e para sempre teremos de conviver. Mas a simplicidade do japonês veio com uma necessária provocação. Além das belezas do nosso manancial, ele chamou a atenção para a urbanização nas belíssimas encostas e topos de morros, e cujos movimentos também surgem como uma forma de fugir das áreas alagáveis. Um movimento já visualizado em outras cidades atingidas por enchentes, mas que costuma provocar um outro – e ainda mais mortal – problema: as mortes e prejuízos causadas por deslizamentos de terra. Aliás, se houve uma provocação “fora da curva” durante o seminário foi justamente este alerta para os deslizamentos de terra.

Respostas na academia – e no voto

“A academia já tem as respostas”. A breve frase é do responsável pela Promotoria Regional Ambiental da Bacia dos Rios Taquari-Antas, o promotor de justiça Sérgio Diefenbach. Durante o seminário sobre enchentes, o agente do Ministério Público foi direto ao ponto e invocou o que muitos insistem em não enxergar: a academia sabe que fazer para mitigar os prejuízos e evitar mortes nas enchentes. O que falta é cobrar de forma muito mais incisiva dos gestores públicos para que coloquem o tema como prioritário em seus respectivos planos de governo e/ou orçamentos.

Um novo polo gastronômico e comercial

A Av. Alberto Müller vai se consolidar como um dos principais corredores gastronômicos e comerciais de Lajeado. Além de um imponente centro comercial já anunciado para a antiga área da empresa ViaSul, o restaurante Minato Sushi anuncia a mudança para a esquina da valiosa avenida com a Rua Otelo Rosa. O predio será construído por investidores e terá 700 metros quadrados distribuídos em três andares (com rooftop e bar no terceiro piso), e onde vai funcionar o serviço presencial e também o delivery do empreendimento especializado em comida japonesa.

 

PL se reúne em Encantado

O Partido Liberal (PL) de Encantado realiza um jantar com correligionários e simpatizantes nesta quinta-feira. O encontro será no Parque João Batista Marchese e, de acordo com o presidente municipal da sigla, Márcio Vivian (foto), vai contar com a presença da deputada estadual e vice-presidente do PL no Rio Grande do Sul, Adriana Lara. Além disso, Vivian antecipa que serão oito candidatos a vereador e quatro candidatas a vereadora. Também há cinco nomes avaliados para concorrer na majoritária. O grupo não divulga nomes. Mas divulga o cardápio da janta: carreteiro, salada de maionese, repolho e pão com cuca.

Bike Solidária em Porto Alegre

Lançado em 2021, e fruto de uma inédita parceria entre a Associação Lajeadense Pró-Segurança Pública (Alsepro), o Ministério Público, a Polícia Civil e o Senai, o projeto Bike Solidária pode romper as fronteiras do Vale do Taquari. Isso porque a ação será apresentada nesta segunda-feira para representantes da capital gaúcha. É isso mesmo. A administração pública de Porto Alegre, por meio da Secretaria de Educação, convocou representantes regionais para entender um pouco mais sobre a restauração, o reaproveitamento e a doação das bicicletas “esquecidas” nos porões das delegacias. Aliás, a medida tem tudo para virar uma política pública de âmbito estadual e nacional.

TIRO CURTO

  • O governo estadual divulgou o Boletim Setorial da Secretaria da Fazenda. Destaque para o aumento de 6,8% nas comercializações do varejo em 2023 (em comparação com 2022). Foram movimentados R$ 284,7 bilhões e o avanço foi puxado pelos produtos dos segmentos metalomecânico e químico. No atacado, as vendas tiveram um acréscimo de 2,3%, acumulando um montante de R$ 212 bilhões em circulação de mercadorias.
  • O mesmo relatório apontou um recuo de 3,8% nas transações da indústria gaúcha em comparação com o ano anterior. Apesar disso, alguns segmentos, como tabacos e bebidas, registraram crescimento nas vendas, com incrementos de 12% e 9%, respectivamente. Já a maior queda relativa foi verificada no segmento de insumos agropecuários, com redução de 17% nas vendas.
  • Na câmara de Lajeado, o projeto de lei que concede o título de Cidadão Lajeadense ao promotor Sérgio Diefenbach não iniciou de forma pacífica. Ocorre que a matéria só é assinada pelo vereador Isidoro Fornari (PP). E outros parlamentares também queriam assinar a proposta original.
  • Sobre a Escola Estadual Érico Veríssimo, no pujante bairro São Cristóvão, em Lajeado, o vereador Carlos Ranzi (MDB) solicita a instalação de uma “superparada” de ônibus defronte o local.
  • Também em Lajeado, o projeto de lei para criação da guarda armada municipal parece ter mudado outra vez. Agora, a proposta é dissociar o novo setor e o antigo departamento de trânsito. Pelo jeito, e outra vez, tá faltando convicção para a base governista.
  • Secretário de Administração de Arroio do Meio, Áurio Scherer participou de evento do PT na cidade. E há quem veja isso como um sinal de aproximação entre o atual governo e a sigla.
  • Denúncias sobre pagamento indevido de horas extras para servidor que não realizou as referidas horas extras são avaliadas pelo Ministério Público. Ainda é cedo para divulgar nome. Mas serve de alerta para outros tantos servidores municipais (comissionados ou não) no Vale do Taquari.

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