Os representantes anônimos do Brasil nas olimpíadas

Opinião

Rodrigo Rother

Rodrigo Rother

Professor na UNIVATES e no CEAT - @rodrigorother

Colunista Esportivo

Os representantes anônimos do Brasil nas olimpíadas

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Atualizado quinta-feira,
15 de Fevereiro de 2024 às 09:31

O tempo passa realmente muito rápido. Parece que recém estávamos em 2021 na Olimpíada de Tóquio e, agora, Paris já bate à porta. As redes que cobrirão o evento já começaram seu “aquece” e passam a mostrar as caras dos atletas brasileiros que estarão representando o Brasil.

O que me frustra é que muitos destes não conhecemos. Só recebem um pouco de atenção a cada quatro anos e, para piorar, carregam a obrigação de trazer uma medalha frente aos melhores do mundo em cada modalidade esportiva. Enquanto esportes mais populares como o futebol masculino e o basquete feminino (duas modalidades tradicionais e medalhistas olímpicas e mundiais) ficarão de fora da festa mundial do esporte, abnegados e desconhecidos, como nos saltos ornamentais Ingrid Oliveira e Isaac Souza vão na cara e na coragem enfrentar os imbatíveis chineses, que dominam as provas internacionais (na última olimpíada levaram ouro e prata!). E “ai deles” se não trouxerem medalhas!

Penso que, como torcedores do esporte brasileiro, precisamos urgentemente rever algumas posições nossas frente aos atletas que nos representarão em Paris. Não é fácil ser atleta no Brasil. Muitos não contam com estrutura de treinamento adequada, não conseguem disputar todas as provas do circuito internacional como gostariam para uma preparação ideal, não tem condições financeiras para se manterem focados durante todo o ciclo olímpico. Alguns precisam inclusive se envolver em outras atividades profissionais para garantir o seu sustento.

Vamos fazer um exercício? Criticar menos e apoiar mais! Não é conformismo, não é pessimismo, tampouco “complexo de vira latas”. Eu realmente acredito que os atletas precisam de nosso apoio e que fazem o possível e o impossível para nos representarem da melhor maneira. Claro que haverão aqueles que olhamos e pensamos: esse aí tem tudo “de mão beijada”. Mas até mesmo esses, que contam com condições adequadas agora, enfrentam adversários que já tem essas condições a dois ou três ciclos olímpicos somados.

A distância até a chegada parece ser a mesma para todos, mas o ponto de partida para alguns é mais longe do que para outros. Torcerei pelos nossos atletas nessa olimpíada, pelos famosos e pelos anônimos, independente da sua colocação. Por tudo que passam para chegar lá, merecem nosso respeito e apoio.

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