Além das casas e empreendimentos afetados pelas enchentes de 2023, outra estrutura cujos danos impactaram fortemente o cotidiano das cidades foram as escolas, municipais e estaduais.
Algumas passaram por reformas, outras terão o início do ano letivo em outros locais. Na rede estadual, são duas da região alta do Vale que continuam em locais provisórios. Tratam-se da Escola Antônio de Conto (Encantado) e Padre Fernando (Roca Sales). Pelo diagnóstico do Piratini, as enchentes trouxeram perdas para 200 escolas estaduais. Des-
tas, 32 exigiram grandes intervenções, com a elaboração de projetos mais complexos.
Dessas, cinco obras estão em execução e 15 em fase de contratação, que resultam em investimentos de cerca de R$ 4,3 milhões em investimentos. Além disso, 124 intervenções de menor porte foram atendidas por meio do Programa Agiliza, que repassa recursos para que as próprias instituições executem obras e reparos de baixa complexidade.
Para este ano, o Executivo gaúcho criou um novo modelo de contratação de empresas para manutenção. Parte-se das atas de registro de preços de maneira regionalizada. No polo dos Vales do Taquari e Antas, serão R$ 70,9 milhões.
Muçum
Três escolas foram afetadas pelas enchentes de setembro e novembro, em Muçum. O Colégio Municipal Alternativo não retorna as atividades, pois teve sua estrutura bastante comprometida. Os alunos migraram para as outras duas escolas: Emei Família Feliz e a Emef Castelo Branco. Ambas têm marcado o início do ano letivo para o dia 29.
“A Emei Família Feliz passou por uma reforma geral mediante ajuda da ONG Vvolunteer e parceiros, e a Emef Castelo Branco continua em reformas, mas já retornou parcialmente as atividades”, explica a secretária de Educação de Muçum, Jucéli Baldasso.
Escola Estadual de Ensino Médio General Souza Doca
Com danos no telhado pelo granizo de agosto e a perda de todo material situado no primeiro andar na enchente de setembro, a General Souza Doca retorna as aulas no mesmo local.
Segundo o diretor Jamir Joanella, eles conseguiram se reerguer rapidamente. “Na segunda enchente não perdemos muito. Felizmente conseguimos verbas do Agiliza 2024, específica para eventos climáticos. Com isso adiantamos bastante na recomposição da escola. O primeiro andar já está quase todo pronto”, aponta.
Apesar do andamento do trabalho, Joanella ressalta que o receio com futuras inundações refletiu na perda de alunos. “Perdemos 70 estudantes desde o ano passado. Em 2024 teremos 330 matriculados na escola”, pontua o diretor.
Roca Sales
Duas escolas da Educação Infantil atingidas pelas cheias. A Emei Cantinho da Amizade e a Escola Comunitária Primeiros Passos, ambas já funcionam normalmente. “Na Cantinho da Amizade estamos substituindo o parquê por piso, sendo que o mesmo levantou e vamos refazer a calçada em frente a escola. A ECEI Primeiros Passos foi toda restaurada com a ajuda dos voluntários de Sananduva, pais e familiares das funcionárias”, acrescenta a secretária de Educação de Roca Sales, Liane Werner Capalonga.
Escola Estadual de Educação Básica Padre Fernando
O espaço usado para a catequese e o salão da Paróquia São José, receberão os cerca de 240 alunos matriculados na Escola Estadual de Educação Básica Padre Fernando. “Iniciaremos o ano letivo neste mesmo local até a escola ser reconstruída. A previsão é que em março possamos voltar”, conta a diretora Bernadete Severico.
Encantado
Segundo a secretária de Educação e Cultura, Stéfanie Casagrande, foram seis escolas da rede municipal afetadas, uma Emef e cinco Emei. Na Emei Pequeno Príncipe os danos impedem que as aulas retornem no mesmo local. “Foi alugado um prédio próximo à Igreja Matriz, onde os alunos estudarão até fazer uma reforma naquela estrutura ou construir uma nova escola. É uma situação que ainda estamos estudando”, explica.
Na Emei Navegantes, os alunos foram realocados para um bloco da Emef Érico Veríssimo, e lá permanecerão até as obras da nova Navegantes concluírem. “A obra já está em fase de finalização, a previsão é que até abril ela esteja concluída e todos os estudantes possam retornar”, salienta Stéfanie. A Érico Veríssimo foi a única Emef atingida e passa por reformas nesse período de férias. O piso foi trocado, realizada a pintura interna, troca de portas e pintura externa do prédio até o fim do mês.
A Emei Pingo de Gente passa atualmente por reformas na estrutura, mas a escola não deve retornar para o local. “Os alunos estão na Domenico Vicentini, que é uma escola estadual, e foi pedida a municipalização. Então, provavelmente a escola permaneça ali e passe a ocupar esse prédio depois que o município tenha a mantença da Domenico Vicentini, que já foi solicitado ao Estado e o processo está andando”, revela a secretária.
A Emei Lago Azul passou por reforma, e agora com a obra concluída parcialmente os alunos retornam ao local. E a Emei Lajadinho teve os reparos necessários antes da segunda enchente em novembro, que atingiu superficialmente a estrutura.
Escola Estadual De Ensino Fundamental Padre Domenico Vicentini
A escola foi afetada parcialmente e passa por reformas para trocar o piso. As obras têm previsão de término em março. Segundo orientações da 3ª Coordenadoria Regional de Educação, a escola retornará as aulas dia 19, com salas provisórias até a reforma estar totalmente concluída. Os alunos serão atendidos normalmente.