Se setembro e outubro foram marcados pelo excesso de chuvas, resultando em atrasos no plantio de soja e milho, agora os produtores do Vale do Taquari enfrentam um novo desafio: a falta de chuva. Com muitas lavouras em germinação ou em fase final de floração, as altas temperaturas têm causado prejuízos significativos.
De acordo com a Associação dos Produtores de Soja no RS (Aprosoja), as expectativas foram drasticamente reduzidas nas últimas semanas, já que muitas lavouras enfrentaram mais de 20 dias sem chuva em estágios cruciais para o desenvolvimento das plantas.
Algumas lavouras ainda apresentam potencial de recuperação, desde que ocorra precipitação em breve. O coordenador regional da Emater, Cristiano Laste, destaca as instabilidades climáticas na região, com algumas cidades registrando precipitações isoladas nos últimos dias.
Laste aponta que o calor excessivo das últimas semanas foi a principal causa dos danos às lavouras. “Se a chuva retorna nesta semana, ameniza um pouco a situação dos produtores”, avalia.
Na localidade de Dona Rita, no interior de Arroio do Meio, Antônio Sattler, 55 anos, estima que o calor causou prejuízos significativos na lavoura de milho. Dez hectares foram destinados ao plantio, voltados para a confecção de silagem para um rebanho de 60 vacas, sendo 30 em lactação. “O pé não se desenvolveu direito.
Nossa silagem não terá qualidade. Esse período sem chuva comprometeu muito”, lamenta Sattler
Mudanças no Proagro
Frente aos impactos das adversidades climáticas, o governo federal pretende anunciar mudanças no Programa de Garantia da Atividade (Proagro). A medida é coordenada pela Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária do Ministério da Agricultura.
A intenção da União é aumentar a disponibilidade de recursos no Programa de Subvenção com o objetivo de garantir mais recursos do seguro em momentos de dificuldade.
Conforme a Lei Orçamentária Anual, o programa deve ter R$ 964 milhões.