Natural de Lajeado, Diego Siqueira, 27, tinha desistido da carreira. Mas reencontrou o gosto pelo esporte na República Tcheca. Jogou a terceira divisão no país e foi escolhido como destaque no Sokol Hostoun.
“Uma sensação inexplicável. Pra mim o dia mais feliz da minha vida. Eu sempre me perguntava, será que vale a pena ficar tão longe da família, dos amigos, em um país tão diferente? E quando eu ganhei esse prêmio, vi e senti que tudo valeu a pena”, emociona-se.
Siqueira começou como profisional no Lajeadense. Antes disso, jogou campeonatos amadores na região. Foi convidado por Juninho Pavi para tentar a sorte na Europa. “A primeira resposta foi não.”
O meio-campista aceitou o desafio. Neste caminho, conheceu o atual empresário.
Tentar a sorte
A ida para a Europa começa na Itália. Porém, por falta de documentação, não conseguiu atuar em clubes da “Velha Bota”. Foi aí que surgiu a chance na República Tcheca.
Entre os maiores obstáculos enfrentados por Siqueira ao se adaptar a um novo país e cultura, destacou-se a barreira do idioma. “O maior desafio foi não saber falar a língua do país. Me senti perdido pois o tcheco não tem nada similar com o português, isso foi e ainda é o mais difícil pra mim”, revela.
No entanto, apesar dos desafios linguísticos e culturais, o primeiro ano de Diego na República Tcheca tem sido marcado por uma experiência enriquecedora. “Um ano de muito aprendizado em tudo, tanto na vida pessoal como na vida profissional.”
Entre os momentos mais memoráveis dessa temporada, Diego destaca as vitórias expressivas no campo. “Os momentos mais memoráveis foram as vitórias que tivemos nos primeiros 11 jogos. Dez vitórias e um empate. Uma sequência que vai ficar marcada na história do clube com certeza”, celebra.
Outra realidade
Sobre as diferenças entre o futebol brasileiro e o tcheco, o jogador destaca a ênfase na força e na tática no estilo de jogo local. “O futebol aqui é de muita força e tática, não tem tanta técnica igual o futebol brasileiro”, compara.
Para se destacar na nova liga, Siqueira teve que ajustar seu estilo de jogo, especialmente no aspecto da força física. “Eu nunca fui um jogador de força. Mas o futebol aqui exige isso! Então tive que melhorar e ajustar isso para conseguir jogar”, explica.
Apesar dos desafios, encontrou apoio e camaradagem entre seus companheiros de equipe, formando laços que vão além do campo. “Alguns jogadores falam inglês, então consigo conversar com eles numa boa. Mas com os que só falam tcheco fica um pouco difícil (risos).”
Além do futebol, enfatiza os ensinamentos valiosos que essa experiência internacional proporcionou. “Isso aqui realmente é uma escola da vida”, afirma.
Comenta que uma das habilidades que evolui muito foi o profissionalismo. “Aqui é um país que os jogadores treinam muito. Isso foi uma das coisas que tive que melhorar. Treinar mais.”
Com objetivos futuros ambiciosos, visa continuar brilhando nos campos e aguarda por oportunidades na próxima janela de transferências. Quanto aos conselhos para os jovens jogadores que aspiram seguir seus passos, enfatiza a importância da dedicação, perseverança e preparação.
Na atual temporada, disputou 12 jogos, marcou dois gols e deu quatro assistências.
Meio-campista começou no Lajeadense. Hoje atua no Sokol Hostoun (Foto: divulgação)
A carreira
- Nome: Diego Siqueira
- Idade: 27 anos
- Posição: meia ofensivo
- Naturalidade: Lajeado
- Onde jogou: Lajeadense-RS, Esportivo-RS, Anapolina-GO, Foz do Iguaçu-PR, Comercial-MS, Atlético Mineiro-MG e Sokol Hostoun (República Tcheca)
