Setor produtivo firma posição contra aumento do ICMS

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Setor produtivo firma posição contra aumento do ICMS

Decretos do governador Eduardo Leite entram em vigor a partir de abril e estabelecem cobrança de imposto sobre produtos isentos, em especial da cesta básica

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Setor produtivo firma posição contra aumento do ICMS
Por mais de duas horas, representantes do setor produtivo do RS alinharam posição frente ao aumento de ICMS determinado pelo governador Eduardo Leite (Foto: Filipe Faleiro)
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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Integrantes de pelo menos 15 instituições representativas do comércio, do varejo, da indústria, dos serviços, do transporte, da agroindústria e da agricultura unem esforços contra o fim das isenções do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Em assembleia convocada pela Federasul na manhã de ontem, conselheiros, dirigentes e presidentes, alinharam o posicionamento do grupo para pressionar o Executivo gaúcho para revogar os decretos.

Conforme os participantes, a taxação sobre os produtos impacta de maneira direta a alimentação das famílias gaúchas, em especial nas classes média e baixa, pois há retirada de isenções sobre produtos como leite, ovos, verduras, legumes, frutas, pão e carnes.

“Os decretos são uma violência contra a sociedade”, critica o presidente da Federasul, Rodrigo Souza Costa. Segundo ele, o aumento da carga tributária sobre itens básicos empobrece a população e prejudica a competitividade das empresas.

Como encaminhamento, todas as entidades firmaram um compromisso de evitar resoluções setoriais com o governo. Como cada segmento tem tido encontros com a equipe da secretaria da Fazenda para negociação de pontos específicos. Na visão dos dirigentes, é preciso manter uma posição uníssona.

Tanto que foi marcado para o dia 21, no Palácio do Comércio, um fórum técnico sobre o impacto dos decretos. O governo do Estado, a Assembleia Legislativa e representantes da sociedade civil organizada foram convidados para o evento.

 

Palavra dos líderes regionais

O Vale do Taquari teve três representantes no encontro. Pela Associação Comercial e Industrial de Encantado (Aci-E), o presidente do conselho dos associados da Dália Alimentos, Gilberto Piccinini, destaca uma possível perda de mercado dos produtos do Rio Grande do Sul no país.

“Fizemos um cálculo. Se estivéssemos no Paraná, nosso custo de produção seria R$ 60 milhões mais barato. Estamos no extremo sul do país, compramos insumos do Centro-Oeste. Depois, com o produto pronto, levamos para os principais centros consumidores, em São Paulo. Pagamos essa viagem duas vezes”, compara.

Em cima disso, acrescenta: “O setor da agroindústria tem passado por dificuldades ao longo dos últimos anos. Mais um aumento de impostos, a situação pode ser irreversível. Precisamos unir as forças produtivas, mostrar para a sociedade que ela vai pagar mais por itens básicos.”

Neste contexto, o vice-presidente regional da Federasul e integrante da Câmara da Indústria e Comércio de Teutônia, Renato Scheffler, acrescenta: “o governo toma uma medida arrecadatória imediata. No médio e no longo prazo, teremos empobrecimento, desemprego e empresas falindo.”

O empresário de Lajeado, da Scala Logística, Valmor Scapini, representante do Sindicato das Empresas de Logística e Transportes (Setcergs) afirma que será inevitável o reflexo no orçamento das famílias. “É lamentável dizer que as políticas públicas não enxergam a importância do setor de transportes. Já fomos precursores no país. Hoje, nos unimos às demais entidades para mostrar que o Estado é muito grande para aquilo que produz. Os custos da máquina pública estão muito pesados.”


Presidente da Federasul
Rodrigo Souza Costa
“A economia se move pela expectativa. A política pela opinião pública. Precisamos mostrar que esse aumento não é sobre as empresas, mas sobre a população, sobre as famílias”

Presidente do Conselho da Mulher Empreendedora
Simone Leite
“Temos que lembrar a todos, lembrar as pessoas que o governador se elegeu dizendo que não aumentaria impostos. Foi reeleito sabendo das contas públicas e agora passa a conta à sociedade.”

Vice-presidente da Federação das Indústrias (Fiergs)
Marco Oderich
“A gente anda pelo interior, fala com os empresários e a sensação de todos é de desânimo. Estão destruindo a produção gaúcha, estão mandando indústrias para outros estados”.

Presidente da Federação Varejista do RS
Ivonei Pioner
“Mais da metade do varejo e dos serviços é informal. Aquele proprietário de uma vendinha vai se tornar informal. O caminho que o governo está apontando aqui é o da informalidade.”

Presidente da Dália Alimentos, integrante da Aci-E
Gilberto Piccinini
“Se estivéssemos no Paraná, nosso custo de produção seria R$ 60 milhões mais barato.”

Vice-presidente regional da Federasul e integrante da CIC-Teutônia
Renato Scheffler
“O governo toma uma medida arrecadatória imediata. No médio e no longo prazo, teremos empobrecimento, desemprego e empresas falindo.”

Representante do Setcergs
Valmor Scapini
“O Estado está muito grande para aquilo que produz. Os custos da máquina pública estão muito pesados e sempre quem tem de pagar é a sociedade e o setor produtivo.”

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