O cenário político de Cruzeiro do Sul se desenha com outro nome do MDB para o pleito de outubro, pois a tentativa de reeleição de João Dullius está em análise pela Executiva. Nos bastidores, a tendência é que seja lançado outro pré-candidato. O fato mais recente indica que a coligação vencedora das eleições de 2020 se desfez.
Depois do PDT ter anunciado a saída do grupo na semana passada, ontem foi a vez do PSDB. O único partido aliado que permanece no governo é o PL, do secretário da Fazenda e Finanças, Leandro Johann e o Republicanos.
“Temos um partido bastante representativo na cidade e um bom quadro de possíveis nomes para concorrer. Estamos conversando e não definimos nada”, desconversa a presidente do MDB e também vereadora, Marni Trentini Ledur.
Dentro da legenda, cresce o entendimento de que é preciso renovar o quadro, de apresentar aos eleitores candidatos com perfil mais jovem, para além do espectro de ex-prefeitos, vices e secretários de administrações passadas.
Motivos para desfazer a coligação
Entre os partidos que deixaram a base, o vice-prefeito, João Celso Führ (PDT), o Monge, saiu em defesa do chefe do Executivo e afirmou continuar ao lado de Dullius até o fim do mandato. A desfiliação dos trabalhistas foi anunciada na semana passada, dia 26 de janeiro.
Pelo comunicado assinado pelo presidente do diretório, Gilmar Gregory, o motivo central para a decisão foi o desacordo em relação a ideias implementadas pelo prefeito e também pelo afastamento da sigla nas decisões executivas. Há o entendimento de que faltou diálogo e uma comunicação mais eficaz durante a gestão.
Esses são apontamentos semelhantes justificados pelo PSDB. O anúncio da ruptura ocorreu na manhã de ontem. A legenda do ex-prefeito Lairton Hauschild, atual presidente do diretório municipal, expressa descontentamento com a gestão de Dullius.
A corrente de saídas se fortaleceu no pós-enchente. Dentro das organizações, existe a percepção de que houve demora para encaminhamento de políticas emergenciais, em especial voltadas ao acesso e distribuição de recursos do Pix para empreendedores prejudicados pela inundação, bem como nos serviços de limpeza e retirada de entulhos nos bairros próximos ao Rio Taquari.
Possibilidade de união entre partidos
Como a oposição se fortaleceu após as duas saídas, existe conversas em curso para união entre PSDB, PDT, inclusive com o PP e com o PT. “Há diversas alianças em conversa. Na construção de um projeto político, não podemos descartar ninguém”, afirma Lairton Hauschild.
Pelo descontentamento com a gestão atual, o ex-prefeito acredita que deve-se formar uma coligação forte, com um somatório de siglas. “Se tiver três candidatos, quem está no poder terá vantagem”, avalia.
Hauschild sinaliza que não irá à eleição por motivos de saúde, ainda assim, trabalha nos bastidores. Em cima disso, a estratégia é lançar nomes ligados à nova geração da sigla, entre eles Gustavo Henrique Richter, Celso dos Santos ou Vanessa de Jesus.
Os nomes das vereadores Daiani Maria e de Marni Ledur aparecem como possibilidades, enquanto a reeleição de Dullius fica mais distante. Outro partido com forte expressão, o Progressista, avalia tanto a possibilidade de coalizão quanto o lançamento de uma chapa pura.
Pré-candidaturas em construção
MDB
Partido do atual governo, tentativa de reeleição de João Dullius não é confirmada.
Outros nomes
– Daiani Maria;
– Marni Ledur;
PP
Depende de coligação. Caso não haja acerto, candidatura pura é uma possibilidade.
Nomes:
– Anastácia Zart
-Isidoro Weschenfelder
– André Schmitt
– César Marmitt (chance de deixar o partido)
PSDB
Após romper com o governo, análise da executiva é compor coligação. Preferência é ter um candidato próprio.
Nome:
– Aproximação com o PDT, sugerindo nomes ligados à nova geração, entre eles, Gustavo Henrique Richter.
PT
Em busca de aliados para coligações, houve uma aproximação com o Podemos. A ideia é se lançar à majoritária.
Nome:
– Rudimar Müller