Mais “coopetição” ao Vale

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

Mais “coopetição” ao Vale

Por

Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Diminuição de custos e aumento de receita por meio do compartilhamento de dores e soluções. Esta é a principal aspiração de uma estratégia de negócios amplamente difundida em ecossistemas mais inovadores, e que já recebeu um neologismo singular: “coopetição”. Sem mais milongas, a “novidade” significa a integração dos termos “cooperação” e “competição”.

Neste enredo, concorrentes se unem para compartilhar características e conhecimentos sobre produção e distribuição de produtos, por exemplo, ou mesmo a prestação de serviços. Parte disso já é verificado em muitas associações comerciais e industriais, é bem verdade. Mas a provocação é por uma comunhão ainda maior de expertise e know how entre as companhias e profissionais liberais.

O Vale do Taquari já ingressou nesta seara. Movimentos como o Pro_Move Lajeado, o Laboratório de Inovação Governamental e Social de Lajeado (Labilá), a Agência de Inovação e Desenvolvimento Local (Agil), o Ceiteq em Estrela, o Prodel de Encantado, e o Arranjo Produtivo Local (APL) Bebidas e Alimentos percebem os efeitos da globalização e provocam a “coopetição” entre distintos representantes dos setores público, privado e acadêmico.

No entanto, e isso é compartilhado entre os próprios inovadores, o entendimento do método é limitado na sociedade, e a competição ainda prospera dentro dos próprios ecossistemas de inovação. Por vezes, a desconfiança perante o concorrente é compreensível. Mas em outras tantas é puro conservadorismo, mesmo.

E os vices?

Provável candidata a prefeita de Lajeado, Gláucia Schumacher (PP) terá um dilema pela frente: agradar o próprio partido sem desagradar os agregados. Ou vice-versa. Em resumo, e diante da gana das siglas coligadas por maior protagonismo no poder público, a atual vice-prefeita vai precisar aprender algumas regras de xadrez para manter a forte coligação ajustada pelo atual prefeito.

MP/RS e Agergs no Vale. E a RGE?

Presidente do Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat), Luciano Moresco articulou encontro de entidades com o Ministério Público em Porto Alegre para debater o abastecimento de energia elétrica. A reunião ocorreu na semana passada e, entre as estratégias acordadas entre as partes, destaque aos encontros regionais previstos para fevereiro, e que devem contar com a presença do promotor André Ricardo Colpo Marchesan, coordenador do Centro de Apoio Operacional do Consumidor e da Ordem Econômica do MP/RS, e também de agentes da Agergs. Resta saber se a concessionária vai encaminhar algum diretor da RGE. Aguardemos!

“Pacotão” em Arroio do Meio

O governo de Arroio do Meio protelou. Mas não desistiu de lançar um “pacotão” de obras. Chefe do Executivo, Danilo Bruxel (PP) retorna das férias na próxima quarta-feira. E há quem aposte na divulgação dos novos empreendimentos já na próxima semana. Entre as possíveis novidades, nova escola, nova ponte, asfaltamentos, calçadas e lotes para construção de moradias. Em tempo, não seria um movimento novo no Vale do Taquari. No início de janeiro, por exemplo, o prefeito de Estrela anunciou um “pacotão” com quatro novas escolas aos contribuintes e eleitores.

Viva o Taquari!

O tradicional evento Viva o Taquari Antas Vivo já é um case nacional de sucesso e neste ano ocorre no dia 23 de março de forma simultânea em todos os municípios parceiros da emblemática ação: Lajeado, Estrela, Arroio do Meio, Bom Retiro do Sul, Cruzeiro do Sul, Roca Sales (a confirmar) e Venâncio Aires. E eu faço uma provocação. Criado para debater e lançar novos olhares ao Rio Taquari, com ênfase à limpeza e preservação, o movimento poderia ser utilizado para alimentar e reforçar, também, a conscientização regional sobre os riscos das enchentes e inundação.

TIRO CURTO

– Novo presidente da Associação dos Vereadores do Vale do Taquari (Avat), Marcos Bastiani (PSDB) vai lutar por uma cadeira à Avat no Comitê Gestor da Bacia Taquari/Antas. Para ele, os parlamentos regionais precisam debater cada vez mais sobre a problemática, desde que se respeite e privilegie as opiniões e sugestões técnicas, é claro.
– Um dos principais pontos turísticos do Vale do Taquari ficou fechado à visitação durante os últimos quatro meses. A icônica pedreira do Morro Gaúcho, em Arroio do Meio, ficou isolada do público visitante após quedas de árvores e deslizamentos de terra registrados em eventos climáticos no ano passado. E a impressão é de que tal fato não gerou apreensão em agentes do turismo.
– O governo de Muçum acerta ao promover um seminário sobre enchentes no dia 17 de fevereiro. Aliás, é crucial que outras administrações municipais sigam o exemplo e provoquem cada vez mais debates sobre os riscos e formas de proteção. Por ora, a conscientização é a forma mais barata e prática para evitar novas mortes.
– Em Arroio do Meio, a disputa pela prefeitura vai se concentrar no atual prefeito, Danilo Bruxel (PP), e no ex-prefeito, Sidnei Eckert (MDB). Uma terceira via é possível. Mas a probabilidade maior é de união de partidos em torno dessas duas pré-candidaturas. Sendo assim, a briga pelas vagas de vice-prefeito deve ser muito intensa a partir das próximas semanas.
– Prefeito de Encantado, Jonas Calvi (PSDB) já precisa avaliar nomes para a Secretaria de Turismo. Cris Costa (PSDB), que assumiu no início do mês, deve concorrer no pleito de outubro e precisa deixar a função até o dia seis de abril. E o novo profissional terá um desafio à parte: lidar com a recente informação de que o Cristo Protetor não será mais o “maior do Brasil”.

Acompanhe
nossas
redes sociais