Federasul destaca demandas do Vale

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Federasul destaca demandas do Vale

Entidade que reúne as entidades empresariais do RS publicou carta com demandas ao poder público. Principal é a revogação de decretos que eliminam incentivos à 67 setores da economia gaúcha

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Federasul destaca demandas do Vale
Mais de cem representantes do setor produtivo gaúcho endossaram a Carta de Osório, com reivindicações aos poderes públicos do RS e do país (Foto: Divulgação)
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A Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), promoveu na sexta-feira, 27, a primeira reunião de integração do ano. O encontro reuniu mais de cem lideranças do setor produtivo gaúcho no auditório do Parque Eólico, em Osório, e resultou na publicação da Carta de Osório – documento que elenca demandas ao poder público estadual e federal.

O documento destaca demandas levantadas pelos líderes do Vale do Taquari. A região tem se tornado destaque na entidade estadual devido a participação ativa nos grupos técnicos de trabalho e na diretoria da Federasul. O principal tema abordado pelos líderes do Vale no evento, a revogação dos decretos estaduais que oneram 67 setores da economia gaúcha.

Presidente do Conselho de Administração da Dália, Gilberto Piccinini proferiu palestra sobre as consequências dos decretos para a economia do Estado – com alerta especial quanto aos prejuízos para a cadeia de proteína. Segundo ele, os documentos assinados em dezembro pelo Governador Eduardo Leite tira os incentivos que tornam as indústrias minimamente competitivas.

“Caso sejam mantidos, será o suicídio da indústria gaúcha, com graves prejuízos para a região”, enfatiza. Conforme Piccinini, a crise do setor de proteínas resultou na recuperação judicial de diversas empresas do setor, incluindo 12 frigoríficos bovinos e cooperativas, como a Languiru.

“Os frigoríficos que só tem plantas no RS não terão como competir com os produtos vindos de outros estados”, ressalta. Segundo ele, os produtores gaúchos gastaram R$ 15 bilhões com a compra de milho de fora do RS devido a falta de uma política estadual voltada para a safra.

“Temos que trabalhar bastante e buscar apoio até o dia 1º de abril, data em que os decretos entram em vigor, para evitar uma enorme perda de competitividade”, reforça. Além da proteína animal, o Presidente do Conselho da Dália afirma que os produtos da cesta básica serão duramente afetados, o que tem como consequência a redução do poder de compra da parcela mais pobre da população. Hoje, a Capital do Estado, Porto Alegre, já tem a cesta básica mais cara do país.

Demandas regionais

Presidente da CIC-Teutônia e vice-presidente da Federasul Renato Scheffler afirma que a Carta de Osório visa criar condições para um Estado mais competitivo, bom de morar a capaz de reter talentos. “Estamos perdendo talentos para outros estados e países porque não geramos oportunidades.”

Para ele, é fundamental pensar em alternativas para o crescimento do RS sem incidir em aumento na carga tributária. “Nosso posicionamento é contrário ao aumento de impostos. Acredito que teremos muita pressão dos deputados, inclusive da base do governo.”

Além da questão dos decretos, entre as demandas de interesse da região que constam na carta estão a criação de reservas de água para períodos de estiagem e a urgência de liberar recursos do BNDES para as empresas atingidas pelas enchentes. “Queremos ter um estado e um país competitivos e para isso precisamos de políticas públicas.”

Representatividade crescente

Presidente da Câmara de Indústria e Comércio do Vale do Taquari (CIC-VT), Ivandro Rosa destaca o aumento da representatividade do Vale na entidade empresarial. Cita como exemplo a participação de três líderes provenientes de Teutônia na coordenação de grupos de trabalho (GTs) da entidade – Ivandro Rosa no GT das enchentes, Renato Scheffler no GT da proteína animal e Cintia Schmidt no GT de Recursos Humanos.

“A Carta de Osório mostra que a Federasul está atenta aos nossos pleitos regionais”, afirma. Segundo ele, apesar de não termos políticos eleitos na esfera estadual ou federal, a região consegue ecoar no Estado graças a mobilização dos líderes empresariais nas entidades que representam o setor produtivo.

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