Motoristas questionam ritmo lento da duplicação

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Motoristas questionam ritmo lento da duplicação

Pouca presença de operários da Eurovias entre Marques de Souza e Lajeado gera dúvidas sobre possibilidade de conclusão da nova pista até fevereiro

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Motoristas questionam ritmo lento da duplicação
Sete quilômetros em Marques de Souza foram liberados para o tráfego. Demais trecho até Lajeado ainda não há prazo para ser finalizado. (Foto: Gabriel Santos)
Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

“Eu não vejo mais ninguém trabalhando. Passo todos os dias no trecho e parece tudo parado. Faz pelo menos duas semanas que está bem devagar”. O relato do motorista Dionei Soares é uma das observações de usuários da BR-386. O primeiro trecho da duplicação entre Marques de Souza e Lajeado deveria ter sido entregue em julho do ano passado.

Devido a impasses sobre o contrato entre a CCR ViaSul, concessionária da rodovia, e a terceirizada para obras de infraestrutura, Eurovias, a conclusão foi transferida para outubro passado e depois novembro.

Sem cumprir as datas, no fim do ano, uma nova análise da equipe de engenharia apontou como possível concluir o trecho em fevereiro. Conforme a Câmara da Indústria, Comércio e Serviço do Vale (CIC-VT), a percepção dos empresários é que não será possível concluir neste novo prazo.

A duplicação começa no acesso de Marques de Souza até o entroncamento com a ERS-130, em Lajeado e começou em julho de 2021, após atraso de quatro meses do governo federal em conceder as licenças ambientais. Nestes primeiros quilômetros de novas pistas, o montante investido se aproxima dos R$ 300 milhões.

Pelo contrato assinado em novembro de 2018, a concessionária ficou responsável por administrar as BRs 386, 101, 290 e 448. Em cima disso, a CCR ViaSul terá de investir mais de R$ 7,8 bilhões em 30 anos de concessão.

Resposta da CCR Viasul

Conforme a concessionária, em novembro de 2023 foram abertos para o tráfego os primeiros sete quilômetros da duplicação, a partir de Marques de Souza. A liberação aconteceu após o término de serviços complementares solicitados pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Por meio de nota, a CCR ViaSul afirma que: “segue empenhada para concluir a totalidade da extensão dos 20,3 quilômetros. Porém, ainda não há previsão para o término uma vez que o andamento e cronograma das ações estão em constante avaliação pelas equipes de engenharia.”

Além da duplicação, a CCR ViaSul terá de construir 13 quilômetros de vias marginais, dois retornos em nível, seis adequações de acesso, quatro passarelas, seis novas pontes, seis alargamentos de pontes existentes, duas passagens inferiores e duas superiores.

Com relação a equipamentos de segurança serão 50 quilômetros de defensa metálica, nove quilômetros de barreiras e 170 terminais atenuadores de impacto. O contrato também exige iluminação das passarelas, dos pontos de ônibus e das vias paralelas.

Raio-X das obras

A CCR ViaSul terá de duplicar mais de 165 quilômetros entre Carazinho e Lajeado. Pelo trecho são 22 municípios dentro da área de concessão. Confirma o estágio das obras no primeiro trecho, segundo a concessionária:

  • Mais de 90% das obras concluídas
  • 17 kms prontos da duplicação (faltam 3)
  • Os primeiros sete foram liberados para trânsito
  • Quase 10 quilômetros prontos de vias marginais (faltam 3)
  • Quatro passarelas: 90% prontas
  • Duas finalizadas e duas em obras
  • Pontes: 95% prontas
  • Seis novas pontes (concluídas)
  • Seis alargamentos, sendo cinco prontos (Falta no arroio Forquetinha)
  • Interseções quatro estão em andamento
  • Faltam a pavimentação, drenagem superficial, sinalização, dispositivos de segurança e paisagismo
  • Sobre as detonações, foram 174 feitas, com mais de 300 mil metros cúbicos de volume. Ainda faltam cinco detonações

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