Risco de morte por afogamento é 200 vezes maior do que em acidente de trânsito

ENTREVISTA | O VALE EM PAUTA

Risco de morte por afogamento é 200 vezes maior do que em acidente de trânsito

Alerta é do comandante do Corpo de Bombeiros de Lajeado, capitão Thalys Stobbe. Banhistas precisam redobrar a atenção ao adentrar em rios, lagos, cascatas, represas e mar

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Atualizado quarta-feira,
03 de Janeiro de 2024 às 13:53

Risco de morte por afogamento é 200 vezes maior do que em acidente de trânsito
Thalys Stobbe, comandante do Corpo de Bombeiros de Lajeado. (Foto: Pedro Rodrigues).
Lajeado

Com o pico de calor intenso e férias, banhistas precisam redobrar a atenção ao adentrar em rios, lagos, cascatas, represas e mar. “Quanto mais calor, mais pessoas se afogam”, diz o comandante do Corpo de Bombeiros de Lajeado, capitão Thalys Stobbe.

Ele explica que é comum as pessoas não perceberem o risco. “A pessoa dentro de uma piscina tem 200 vezes mais chance de morrer do que no trânsito. Há um risco que não precisa acontecer e pode ser evitado.”

Conforme Stobbe, é preciso ter mais atenção no pós-enchentes, pois o leito do rio e a correnteza podem ter mudado. Com as cheias, os locais conhecidos de banho apresentam mais perigos, pedras, lodo e buracos. Neste sendio, lembra que 75% dos afogamentos acontecem em rios, lagos e represas. Ou seja, em águas doces.

“A maioria das pessoas que morrem afogadas sabem nadar. Vão para áreas mais perigosas, se prestam a atravessar um rio a nado. São fatores de risco que somados resultam em tragédias.”

Atitudes ao presenciar afogamento

A orientação inicial é ligar para os bombeiros. Diversos campings ficam em locais isolados. Por conta disso, demandam mais tempo para a chegada do socorro. Porém, equipe especializada deve ser acionada. Stobbe orienta que, neste caso, jamais deve-se entrar na água, pois a chance de morrer tentando ajudar alguém é grande.

“A maioria dos afogamentos se dá por pessoas que sabem nadar. Então, se você entrar, pode passar pela mesma situação, sendo puxado por uma correnteza, ou cair num buraco, por exemplo.” Uma das opções é jogar algo que flutue ou uma corda. “É importante as pessoas levarem boia com corda para uma eventual necessidade.

Piscina em casa

Para as famílias que possuem piscina em suas residências, os cuidados com as crianças devem ser ainda maiores. “Cercar a piscina por segurança, pois as crianças são curiosas. A criança precisa somente de três minutos para se afogar numa piscina”, reforça.

Cuidados no mar

Segundo o comandante, o risco do mar é quase zero estando em área atendida por guarda-vidas. “O único óbito registrado no início deste ano foi em local onde não tinha guarda-vidas”, conta.

IMPORTANTE: Em caso de emergência, ligue 193.

Especialista reforça dicas importantes

  • Sempre procurar local com guarda-vidas;
  • Avisar algum parente para onde está indo, mesmo se não for entrar na água;
  • Leve sempre um amigo. Evitar entrar na água sozinho. Fica mais divertido e mais seguro;
  • Se for pescar ou tomar banho, observar o local mais seguro. Águas paradas são mais perigosas. O risco aumenta;
  • Usar colete salva-vidas. Se for pescar, ou não, sempre usar;
  • Cuidado com o limo nas pedras. Caso for apreciar um rio, analise as pedras no leito para não escorregar;
  • Cuidado com buracos e lodo no fundo do rio;
  • Rio com correnteza, nunca passe da água no joelho;
  • Nunca mergulhe de cabeça;
  • Após almoço e ingestão de bebida alcóolica, evitar entrar na água;
  • E, por último, aprenda a ajudar alguém em situações de emergência.

Assista a entrevista na íntegra

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