Altos índices para a dengue voltam a preocupar o Vale

Vida e ambiente

Altos índices para a dengue voltam a preocupar o Vale

Mesmo com poucos casos ativos, aumento no número de focos de proliferação do mosquito coloca a região em alerta

Altos índices para a dengue voltam a preocupar o Vale
Foto: divulgação
Vale do Taquari

O aumento no número de focos do Aedes Aegypti, mosquito transmissor da dengue, volta a preocupar autoridades de saúde no Vale do Taquari. Após as enchentes e com alto volume de chuvas, Encantado é um dos municípios com maior índice para a doença. Municípios do Vale também registram casos positivos neste mês. No ano, a região registrou mais de 2,2 mil casos positivos e pelo menos seis óbitos.

No mesmo período, o Brasil bateu recorde de mortes por dengue, com 1.079 óbitos. Coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Lajeado, Juliana Demarchi destaca que a sazonalidade do mosquito, que resulta no maior risco de proliferação, é de outubro a maio. Ela afirma que desde outubro deste ano até dezembro, foram identificados no município três casos confirmados, sendo dois autóctones. Ao todo, desde o início de 2023, foram 298 casos confirmados e um óbito.

Apesar dos altos números, Juliana ressalta que 2022 foi ainda mais crítico na história do município, quando foram contabilizados 3.978 casos confirmados e cinco mortes pela doença.

A eliminação de potenciais criadouros de mosquitos é um dos cuidados básicos de prevenção. “O aumento das chuvas aumenta também a possibilidade de proliferação, com o acúmulo de água parada em potes de plantas, são nesses locais que encontramos maiores números de criadouros”.

Segunda infecção

De acordo com Juliana, há maior probabilidade de evoluir para a forma grave da doença em uma segunda infecção por dengue. “Não necessariamente uma segunda infecção vai se tornar uma dengue com profusões hemorrágicas, mas a probabilidade é maior”.

A profissional destaca que, na região, até o momento, foi identificado apenas o sorotipo 1, que seria pela primeira infecção. Já no estado, o sorotipo 2 já foi registrado. “Esse ano, essa nova sazonalidade traz uma característica um pouco diferente dos anteriores, porque a nível nacional a gente tem os quatro sorotipos já mapeados e circulando ao mesmo tempo”, diz Juliana.

Risco em Encantado

De acordo com a secretária municipal de Saúde e Meio Ambiente de Encantado, Karoline Crippa, é comum que, assim que a água baixa após uma enchente, a proliferação do mosquito aumenta.

Neste fim de ano, nove agentes de endemias do município atuam em todos os bairros com visitas domiciliares, em comércios e empresas, a fim de conscientizar a população, encontrar e destruir focos do mosquito.

“Se não fizermos este trabalho e não passarmos a contar com um apoio mais efetivo da comunidade, podemos ter novamente um período de alta transmissão da dengue”, alerta a secretária.

Para evitar possíveis proliferações, é necessário eliminar o acúmulo de água em locais que podem se tornar possíveis criadouros. Repelentes e inseticidas também devem ser utilizados.

Vacinação

A qualquer sinal de sintomas da dengue, como febre alta, dores musculares intensas, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo, o indicado é buscar atendimento médico.

Hoje, existem duas vacinas na rede privada contra a dengue. Uma que pode ser feita por quem já tenha sido infectado pela doença e seja comprado por exame, e outra aprovada pela Anvisa neste ano.

Ainda, houve um anúncio por parte do Ministério da Saúde para incorporação da vacina no calendário de vacinação nacional, mas ainda não foram definidas as estratégias a serem adotadas pelos estados. A expectativa é a inclusçao ocorra em 2024.

Casos de dengue na região

Lajeado
Hoje: 3 casos de outubro, quando inicia a sazonalidade
Em 2023: 298 confirmados e 1 óbito

Arroio do Meio
Hoje: 0
Em 2023: 11 casos positivos

Estrela
Hoje: 1 caso positivo em dezembro
Em 2023: 920 casos positivos

Encantado
Hoje: 0
Em 2023: 1826 casos positivos e cinco óbitos

Teutônia
Hoje: 1 caso suspeito
Em 2023: 213 casos notificados de pacientes residentes de Teutônia e 53 casos positivos.

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