“Para navegação não basta barragem”, diz vereador de Muçum

ENTREVISTA | FRENTE E VERSO

“Para navegação não basta barragem”, diz vereador de Muçum

Parlamentar destaca necessidades urgentes como o desassoreamento do rio, obras de contenção das barrancas e limpeza do canal

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“Para navegação não basta barragem”, diz vereador de Muçum
Foto: Felipe Netizke

Conforme o engenheiro e vereador do município de Muçum, Marcos Bastiani, a retomada da atividade de navegação no Rio Taquari pode acontecer paralelamente a outras atividades. Com a abertura das comportas da barragem Eclusa, de Bom Retiro do Sul, é possível ver as montanhas de cascalhos que estão no leito do rio.

“Para navegação não basta barragem. Precisa ser feito o desassoreamento do rio e outras atividades de contenção de encostas e barrancas para poder trazer de volta a navegação se for o caso. A necessidade é de obras de contenção das barrancas e limpeza do canal, na calha do rio”, explica.

E acrescenta que, para tornar o rio comportado dentro do seu canal, precisa mantê-lo limpo, o que significa dragar. “É natural o processo de transporte de sedimentos do rio ao longo dos anos e as atividades precisam ser permanentes, a dragagem precisa ser constante”, destaca.

Outro destaque seria o uso do cascalho para outras atividades, analisando pelo ponto de vista econômico. “São milhões de metros cúbicos depositados na calha do rio e que poderão ser tirados e poderiam ser vendidos. Ao longo dos próximos anos, vamos precisar nos acostumar a ver dragas ao longo do rio. Se concedermos trechos de rios para empresas fazerem isso, venderem o cascalho, ganhar dinheiro e com esse dinheiro reverter em benefícios para a população”, sugere Bastiani.

Além disso, Bastiani cita o comitê de gerenciamento da Bacia Taquari-Antas e a fase depois do diagnóstico e prognóstico, ações essas que precisam ser efetivadas, mas que estão paradas há mais de dez anos. Ele diz que a ação que envolve a questão financeira precisa ser equacionada das ações do diagnóstico e prognóstico.

“É um processo: Atualiza-se o diagnóstico, faça-se os novos prognósticos e se adequa a dose do remédio à doença que está acontecendo. Nós só temos a doença, não temos perspectiva de cura que é um aporte de recursos para que sejam feitas atividades necessárias de dragagem, contenção, alerta, instalação na Bacia Taquari-Antas de prevenção, pelo menos 1 dias antes saber que a enchente vai chegar”, ressalta.

Ele descreve o trabalho como constante e caro, mas que pode ter um custo zero se tivermos a clareza de quem vai fazer o que. “Como vamos utilizar o material, por exemplo, da dragagem que pode sobrar dinheiro para fazer contenção de costa, dragagem de pequenos córregos, tem essa parceria público-privada que acho que poderá definitivamente direcionar a atividade de nos proteger do pico da enchente”.

Comitiva em Blumenau

Para o vereador Cris Costa, a viagem para Blumenau foi um passo importante dado por todos os representantes do Vale que participaram da comitiva. “Vivemos a maior tragédia humanitária natural no Rio Grande do Sul, precisamos a partir de agora fazer o mesmo, seguir o exemplo de Blumenau. Não temos uma Secretaria de Defesa Civil, temos um Departamento de Defesa Civil no estado, precisamos evoluir e não se compara a nossa defesa civil com a de Santa Catarina e para isso precisa ter investimento. Precisamos criar um centro de integração regional”, conta.

A nível de Rio Taquari, segundo o parlamentar, o trabalho precisa ser feito de forma coletiva e deve partir dos prefeitos.

Assista a entrevista na íntegra

 

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