O jornalismo precisa ser valorizado

Opinião

Filipe Faleiro

Filipe Faleiro

Jornalista

O jornalismo precisa ser valorizado

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Jornalista para ser relevante tem que mostrar no dia a dia. Nesta sociedade, as informações atropelam as pessoas. Por vezes chegam sem filtro, sem explicação, sem contexto, sem causa e sem efeito.

Essa fração de um acontecimento mais confunde do que esclarece. Para risco de todos, um boato ou uma mentira, pode tomar ares de verdade.

Justo no vácuo entre opinião e fato está o trabalho do jornalista. O profissional de imprensa tem responsabilidades gigantes. Separar o excesso, quando alguém tenta impor sua forma de ver o mundo sobre a notícia. Informar é diferente do que emitir uma análise a partir de uma visão de mundo.

Já o leitor, o espectador, o ouvinte ou o internauta, muitas vezes, não consegue diferenciar. Tudo o que está no jornal é notícia. Essa é a leitura mais comum, rasa e equivocada. O que o veículo precisa fazer é deixar claro em seus espaços onde a audiência encontra reportagem e onde vai ter diferentes opiniões.

Então, em um texto opinativo (como este) pode discordar, concordar, criticar. Faz parte do jogo. Mas pelo menos, acerte o alvo. Saiba que não é uma notícia.

Reportagem no jornal e documentários em vídeo foram premiados. (reproduação)

Agora, o jornalismo profissional, esse precisa ser defendido e valorizado. É por meio dele que se pode levar luz sobre acontecimentos. Pode brigar com a opinião, mas jamais com os fatos.

Digo tudo isso em referência ao destaque conquistado pelo Grupo A Hora no maior concurso de jornalismo do RS. Na 65ª edição do Prêmio da Associação Rio-Grandense de Imprensa (ARI/Banrisul). Foram três trabalhos. Dois de documentário em vídeo (Histórias de Verão e um Vale de Oportunidades), dos colegas Felipe Neitzke e Bibiana Faleiro. Um deste escriba, reportagem especial em saúde, com o texto “População envelhece e escancara carência no cuidado dos idosos”.

Esses trabalhos ilustram todo o comprometimento da equipe de jornalistas do A Hora. Tem certas coisas que as máquinas ainda não podem fazer. Entre elas está a atuação desse tipo de jornalismo, sustentado no rigor na apuração, dos critérios para selecionar o que é mais importante e, principalmente, a sensibilidade para contar as histórias. Isso nenhuma Inteligência Artificial consegue fazer.

Diploma é fundamental

Jornalismo profissional pressupõe formação superior. Conheço comunicadores, profissionais com histórico importante na imprensa, com atuação relevante de serviços prestados à sociedade, sem diploma de jornalista. Mas a exceção não pode ser usada como regra.

Na maioria dos casos, a falta de conhecimento compromete o conteúdo. Os interesses econômicos se sobrepõem ao ato de informar. Como resultado, as publicações, seja em impresso ou na internet, estão contaminadas. Imagina no interior deste Brasil. Quantos veículos provincianos, mantidos por “forças” dominantes, e com o propósito de minguar pensamentos contrários à opinião pública existem?

Sem o conhecimento do profissional qualificado, é mais fácil estabelecer esses condicionamentos. Por isso e por muito mais o país precisa retomar a obrigatoriedade do diploma de jornalismo para o exercício da profissão.

Em 2009, a corte do STF decidiu que qualquer pessoa pode assumir a função de jornalista. Corre no Congresso Nacional, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para retomar a exigência da formação superior. Em meio a este tempo de desvalorização do conhecimento técnico e científico, essa é uma sinalização de que o conhecimento ainda tem valor.

Drops High Tech

Velocidade do 5G. A velocidade de download aumentou 1,4 vezes neste ano. Isso colocou o Brasil em quinto lugar no mundo com melhor desempenho em 5G, conforme relatório da plataforma Ookla Speedtest.

Terra esquenta, mas a minha roupa… Um time de cientistas chineses criam um tecido com base em microfibras, chamado de meta-tecido. Ele é capaz de regular a temperatura corporal mesmo em período de mudanças extremas de temperatura.

Erro de informação. O chatbot de Inteligência Artificial da Microsoft dentro do Bing, errou 30% das informações básicas sobre questões eleitorais no mundo. É o que mostra pesquisa de duas organizações europeias.

 

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