“A cultura da eletrônica é muito forte no público que se identifica”

ABRE ASPAS

“A cultura da eletrônica é muito forte no público que se identifica”

Foi na pandemia que o lajeadense Luiz Fernando Togni, 25, se apaixonou pela música eletrônica. De ouvinte, passou a ser produtor e dj. Nesta sexta-feira, lança por meio de uma gravadora argentina o seu novo ep

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Atualizado quinta-feira,
21 de Dezembro de 2023 às 16:18

“A cultura da eletrônica é muito forte no público que se identifica”
Foto: Luísa Huber
Lajeado
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

De onde veio o gosto pela eletrônica?

Eu sempre gostei de música, desde criança sempre foi uma coisa que me pegou muito. Sou o cara que gosta de ouvir uma música diferente, bandas desconhecidas, conhecer músicas que a maioria das pessoas não conhece. O amor pela eletrônica surgiu durante a pandemia. Não tinha festa, não tinha para onde sair, e eu comecei a ouvir este gênero. A musicalidade combinada com o ritmo dançante me atraiu. Pesquisei, descobri festas de eletrônica, comprei equipamentos e comecei a fazer a minha música.

Como é o processo de fazer a tua música?

No início de 2020 comecei a pesquisar sobre a discotecagem, o ato de tocar em uma festa, os discos e tudo o mais. Produzir a própria música é outro mundo. Meu processo criativo é todo no computador, tenho um programa que me ajuda com tudo. Não tenho nenhum equipamento analógico, é tudo por este programa. A produção é uma coisa que eleva o teu trabalho, poder criar a própria música te dá outra abordagem em relação a ela.

Como é a comunidade de música eletrônica na região?

A cultura da eletrônica é muito forte no público que se identifica. É um ambiente de muito respeito e admiração pelo trabalho de alguém que talvez ainda seja pequeno na música. É o respeito do público com o artista e de quem está tocando para com o público. Uma festa de eletrônica conceitual, a música que não é a comercial, é um lugar de respeito, sem brigas ou confusões. É uma energia diferente, que faz a gente se apaixonar.

Como está o cenário de festas e locais para se apresentar?

Antes da pandemia existiam algumas festas, mas eram poucas. Depois da pandemia, a partir de 2021 e 2022, começaram outras festas com artistas da própria região que viram que era preciso ter o seu local para conseguir alavancar a carreira. A Salty, que é uma festa que sou sócio, ocorre de forma itinerante, por exemplo, já tocamos em vários locais. Ainda estamos construindo um movimento, está na fase inicial, mas a música eletrônica está ganhando bastante espaço pelo Brasil, mundo, e também aqui no Vale.

Ainda existe preconceito com o gênero?

É um gênero com muitas vertentes e estilos. Até nós do meio às vezes ficamos em dúvida sobre qual é o estilo. Ainda existe o preconceito, pois para o leigo é uma música que pode ser repetitiva. Ou muita gente ouve a música de fora da festa, e só ouve o grave, a batida forte, o que na verdade é uma questão de física. A música que alguém ouve de fora da festa não é a mesma que estamos ouvindo ali dentro.

Como será o lançamento nesta sexta-feira?

Vou lançar um ep de três faixas em colaboração com um amigo, o Eduardo, vamos lançar por uma gravadora argentina. Estou bem feliz, é uma gravadora super relevante na cena e que pode impulsionar minha carreira.

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