Mais de mil pessoas devem circular pela Arte na Escadaria neste domingo, em Estrela

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Mais de mil pessoas devem circular pela Arte na Escadaria neste domingo, em Estrela

Programação segue até às 21h, com apresentação de dança e shows de bandas com artistas locais

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Atualizado domingo,
17 de Dezembro de 2023 às 15:52

Mais de mil pessoas devem circular pela Arte na Escadaria neste domingo, em Estrela
Foto: Maira Schneider
Estrela

O evento que desde 2015 acontece no primeiro domingo do mês, na Escadaria da Polar, ponto histórico de Estrela, em dezembro teve que ser adiado devido às chuvas e ocorre neste fim de semana. A programação segue até às 21h, com apresentação de dança e shows de bandas com artistas locais. São aguardadas mais de mil pessoas das mais diversas regiões do Vale e estado.

Conforme Douglas Nicolay, expositor e integrante da comissão organizadora do projeto, o evento é totalmente independente e não conta com apoios governamentais. “Nós fizemos as divulgações para atrair o público, estamos com expectativas de montar uma associação, mas por enquanto, trabalhamos por conta própria”.

Cerca de 30 artesãos integram o grupo. Neste domingo, 17, três novos expositores reservaram seu espaço para expor seus produtos. Artistas de várias regiões do Vale. “Cada artesão paga uma pequena taxa para contribuir com as despesas de som e outras demandas para ocupar o espaço”, descreve Nicolay.

Para ele, o Arte na Escadaria é um momento oportuno das pessoas garantir uma renda extra e movimentar a economia local. “O que vendo aqui, vendo fora também. Esperamos boa vendas para hoje”, destaca.

Para alguns profissionais, a arte pode ser apenas um passatempo ou um hobby, mas para dona Sílvia Spies, vai muito além. “Estou realizando um sonho de anos. Sempre tive vontade de expor, mas não sabia como fazer. Fui atrás, descobri e, hoje é a minha primeira exposição”. Ela conta, ainda, que o artesanato ajudou muito na sua saúde e, claro, complementa a renda dela que hoje é aposentada.

Silvia Spies, aposentada e artesã. (Foto Maira Schneider).

Em sua banca, mateiras e bolsas infantis para adultos em crochê, fio malha e fio náutico, de praia, colares. “Só posso agradecer pela oportunidade. Muita gratidão”.

Arte x saúde

Nelci Gregory começou a trabalhar com artesanato em 2020 por recomendação médica. Abriu um ateliê e iniciou ali um trabalho de criação de peças e, desde então, não parou mais. “Aliei a atividade ainda normal, diária, de trabalho fora de casa com o ateliê como forma de complementar a renda e, também, de aliviar um pouco o estresse do dia a dia que a sala de aula nos proporciona”, ressalta.

Artesã e professora, Nelci Gregory (Foto Maira Schneider).

Ela confecciona tapetes para casa, banheiros, de pia, toalhas de mesa, além de trabalhos diferenciados com gesso para decoração de quarto de crianças e, recentemente, pingentes e pastilhas aromatizadas que são trabalhos diferenciados com gesso. Para o período, bonecas, papai noel, guirlandas e, na Páscoa, os coelhos. “Produzo na minha casa. Quando entro lá, tenho que marcar a hora no relógio para não me perder e passar do horário, é uma terapia”, recomenda.

Há quatro anos trabalhando com arte, Raquel Fernandes tira o seu sustento e da família da venda de laços, bonés e tiaras. Raquel ficou sem andar devido a um tumor benigno na coluna. Precisava se sentir útil, foi quando descobriu que tinha um dom. “Eu era muito ativa e, de repente ficar sem andar, não podia sair de casa. Já fazia artesanato antes, mas precisava de algo que me deixasse bem e feliz. Foi quando surgiu a oportunidade de produzir laços, me realizei”.

Raquel Fernandes, artesã. (Foto: Maira Schneider)

Cada laço é personalizado, exclusivo, nenhum é igual ao outro. “Ver a felicidade e a alegria das crianças quando pegam os laços, quando colocam na cabeça, a satisfação do cliente, não tem preço que pague. Foi isso que me motivou a ser cada vez melhor. No instagram da Laços Gurias do Sul, mais de duas mil fotos diferentes, nada é igual”, frisa.

Pandemia

A gerente comercial, Vivian Sulzbach participa pela primeira vez da exposição. Faz customização de esculturas sacras, santas e anjinhos de macramê, além de apreciar os demais artesãos. “Um espaço que podemos confraternizar, boas conversas, conhecemos novas pessoas, com boa música, além de ser um espaço saudável”.

Vivian Sulzbach, gerente comercial e artesã. (Foto Maira Schneider).

Vivian conta que o dom pela arte foi descoberto durante a pandemia. Até 2020 não exercia nenhum trabalho manual e por necessidade de ficar mais tempo em casa por conta da Covi-19, acabou sendo uma válvula de escape. “Descobri que é uma terapia, tanto que não abandonei e continuei fazendo outros tipos de arte, virei uma arteira”, brinca.

O carro-chefe, segundo ela, é a Nossa Senhora de Aparecida. Ela garante que devido à devoção, muitas pessoas procuram pela Santa.

Da Argentina para o Brasil

Pedro Nievas juntamente com a esposa Leda, produzem alfajores. Ele conta que a experiência é de criança, lembra que sua mãe fazia alfajores e Nievas vendia na escola, uma paixão de criança, isso na Argentina. Hoje, além dos alfajores, ele e a esposa trabalham também na produção de luminárias em cano PVC e fontes. Moradores do bairro Campestre, em Lajeado, a renda do casal vem do artesanato e da produção de chocolates. Expondo pela terceira vez, diz que a aceitação do público é muito boa. “A gente vende bem e muito. Todos amam chocolate. Fizemos bombons com ganaches diferentes, uma delícia. Nosso Ferrero Rocher não tem igual, vocês precisam saborear”, revela.

Pedro Nievas e a esposa, Leda. (Foto Maira Schneider).

As encomendas das produções de seu Nievas são enviadas para qualquer lugar do país e do mundo. “Nada disso seria possível se não tivesse a companhia e ajuda da minha esposa”, enaltece emocionado.

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