Acordou mesmo?

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Marcos Frank

Marcos Frank

Médico neurocirurgião

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Acordou mesmo?

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“Acordei”, este é o significado literal da palavra woke, mas recentemente o termo ganhou significados bem mais amplos. Na gíria americana, ser ou estar woke indica com quais posturas políticas você se mais se identifica. O uso de woke surgiu na comunidade afro-americana. Originalmente, ele queria dizer “estar alerta para a injustiça racial”. O termo ressurgiu na última década com o movimento Black Lives Matter, criado para denunciar a brutalidade policial contra os negros. Mas, desta vez, seu uso se espalhou para além da comunidade negra e passou a ser empregado com significado mais amplo.

O dicionário inglês Oxford acrescentou um novo significado de woke, definido como: “estar consciente sobre temas sociais e políticos, especialmente o racismo”.

Isso é bom ou ruim? Depende, para algumas pessoas, ser woke é ter consciência social e racial, questionando paradigmas e normas opressores historicamente impostos pela sociedade. Já para outros, o termo descreve hipócritas que acreditam que são moralmente superiores e querem impor suas ideias progressistas sobre os demais.

Os críticos da cultura woke acusam ela de ser “policiais da linguagem” em expressões e ideias consideradas misóginos, homofóbicos ou racistas. Além disso, esses críticos são contra a cultura do “cancelamento”: o boicote social e profissional, normalmente realizado por meio das redes sociais, contra indivíduos que cometeram ou disseram algo que, para eles, é intolerável.

Já para as pessoas woke, trata-se de uma forma de protesto não violento que permite empoderar grupos historicamente marginalizados da sociedade e corrigir comportamento. Com isso o termo woke tornou-se sinônimo de políticas liberais ou de esquerda, que defendem temas como igualdade racial e social, feminismo, o movimento LGBTQIA+, o uso de pronomes de gênero neutro, o multiculturalismo, a vacinação, o ativismo ecológico e o direito ao aborto.

Durante o governo Bolsonaro, os woke usaram e as vezes abusaram dessas armas. Homofó- bico e misógino até são termos que as falas de Bolsonaro dão razão ao seu uso. Mas fascista, nazista e genocida eram óbvios ataques políticos, não só ao ex-presidente como também a seus seguidores e a própria história.

Tanto que atualmente essas palavras se tornaram uma espécie de mantra da esquerda mundial que chegou ao absurdo de usar esses termos para se referir ao povo judeu, justamente o povo que sofreu nas mãos dos nazistas um processo de genocídio fartamente documentado e que inclusive foi uma das principais razões para a criação do estado de Israel.

Na época (12 de abril de 1945), junto com os generais dos EUA George S. Patton e Omar Bradley, o General Dwight D. Eisenhower, comandante supremo das Forças Aliadas na Europa, visitou o local do campo de concentração de Ohrdruf e ordenou que filmassem e fotografassem tudo. Posteriormente, Eisenhower telegrafou ao general George C. Marshall, chefe do Estado-Maior Conjunto em Washington, D.C., escrevendo: “As coisas que vi são indescritíveis (…) Fiz a visita deliberadamente, a fim de estar em condições de fornecer provas em primeira mão dessas coisas se algum dia, no futuro, desenvolver-se uma tendência de acusar essas alegações meramente de ‘propaganda’.”

Anos mais tarde o ex-presidente do Irã Ahmadinejad, declarou: “O pretexto Holocausto para a criação do regime sionista é falso. É uma mentira baseada em uma alegação mítica e não comprovada. Confrontar o regime sionista é um dever nacional e religioso.”

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