O Sesc, o Hotel Weiand e as negociações

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

O Sesc, o Hotel Weiand e as negociações

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Apesar da discrição e quase sigilo, a negociação entre agentes do Serviço Social do Comércio (Sesc) de Lajeado e alguns representantes do Hotel Weiand está avançada. Mas é complexa, reforço. Um litígio familiar – cujos detalhes só cabem aos próprios envolvidos – tende a atravancar os planos de quem deseja negociar o icônico complexo hoteleiro com o Sesc, que teve sua sede atual diretamente impactada pelas duas enchentes históricas de 2023. A intenção dos representantes da entidade ainda não foi detalhada. Mas, e conforme informações extraoficiais, a proposta é garantir a manutenção de todos os serviços já disponibilizados na única unidade da região, e também reformar e melhor equipar os quartos do empreendimento para, quem sabe, inaugurar mais uma unidade do Hotel Sesc. Só no RS, por exemplo, há unidades em Porto Alegre, Gramado e Torres.

A negociação gera expectativas entre setores empresariais ligados aos ramos da hotelaria, gastronomia, comércio, eventos e turismo. Fechado desde julho de 2020, o lendário Hotel Weiand completou 42 anos de fundação em 2023, foi um dos principais símbolos do desenvolvimento de Lajeado e região, e já recebeu diversos artistas, políticos, personalidades distintas e grandes empresários. Além de sediar algumas centenas – ou quiçá milhares – de eventos que incrementaram e prospectaram renda e negócios aos mais distintos nichos empresariais no Vale do Taquari. Por óbvio, o fechamento do principal espaço destinado ao “turismo de negócios” na região gerou um baque neste pujante mercado. E em função disto, o interesse do Sesc em reabrir a histórica estrutura é vista com bons olhos. Mas eu reforço. Não é uma negociação simples.

Mudanças pós-enchentes

Além das empresas que debandaram da chamada “Rota da Inovação” de Lajeado – mais precisamente na rua Bento Rosa –, outros tantos empreendimentos e entidades públicas e/ou sem fins lucrativos também projeta mudanças de endereço após as duas históricas enchentes de 2023. O Sesc é um exemplo já consolidado. E o mesmo deve ocorrer com o Cartório Eleitoral, hoje localizado na Rua Santos Filho, na quadra entre a Rua Júlio de Castilhos e a Av. Benjamin Constant. O espaço deve ir para um novo imóvel na Rua Cristiano Grün, no bairro Florestal, onde até pouco tempo funcionava um empreendimento de serviços técnicos em informática.

ICMS e Languiru

O governo estadual não vai medir esforços para aprovar o polêmico aumento na alíquota do ICMS. E, entre alguns deputados estaduais, há um temor “natural” por eventuais retaliações – em caso de voto contrário ao projeto do Executivo gaúcho, claro. E tem agentes públicos e privados dos vales do Taquari e Rio Pardo preocupados com uma eventual mudança de postura do governador com relação aos recursos e créditos necessários à negociação entre JBS e Languiru. Sobre isso, e outros tantos compactuam comigo, não creio em eventuais mudanças por parte de Eduardo Leite (PSDB).

TIRO CURTO

  • A criação e/ou recriação de partidos é uma tendência que vai aumentar nas próximas semanas. E o principal objetivo é possibilitar um maior número de candidatos a vereador, já que as novas regras eleitorais limitaram o teto de postulantes à quantidade de cadeiras no plenário + um. Em Lajeado, por exemplo, são 15 cadeiras no Legislativo. Portanto, cada partido pode indicar 16 candidatos.
  • O jantar do PP de Lajeado, na noite de quinta-feira, reuniu integrantes de diversas outras siglas. Entre essas, destaque ao PL e ao PSDB. Mas também havia representante do MDB. No caso, a vereadora Ana da Apama.
  • O governo de Lajeado anuncia para o dia 15 de dezembro o pregão eletrônico para “registro de preço” de empresa especializada em limpeza urbana mecanizada (capina, roçada, varrição e outros).
  • Em Anta Gorda, proposta da câmara propõe pomposos reajustes aos agentes políticos. De acordo com a matéria, o salário do prefeito passaria de R$ 12,7 mil para R$ 18 mil; secretários municipais de R$ 5,6 mil para R$ 8 mil; e vereadores de R$ 1,9 mil para R$ 4 mil. Mas o principal reajuste será repassado ao vice-prefeito, que hoje recebe R$ 2,1 mil e passaria a receber R$ 8 mil.
  • Em Estrela, as sessões plenárias do Legislativo seguem ocorrendo em uma sala improvisada. E alguns projetos seguem em banho maria. Como exemplo, a nomeação da “Trilha do Fritz”, nome escolhido pelo Executivo para denominar a “trilha ecológica” junto às margens do Rio Taquari.
  • As casas populares provisórias ainda estão em construção na cidade de Arroio do Meio. E por lá o serviço é o mais adiantado se comparado às demais cidades atingidas pelas enchentes de 2023.
  • Em Encantado, o orçamento para 2024 chega a R$ 144 milhões. Deste montante, R$ 90 milhões são receitas de impostos e transferências constitucionais. O restante é oriundo da gestão plena de saúde, convênios federais, estaduais, financiamentos e de outros recursos vinculados que só transitam pelo orçamento, com a sua aplicação pré-determinada.
  • Pra finalizar, uma perguntinha aos prefeitos do Vale do Taquari: os municípios abandonaram o projeto dos “caminhos autoguiados” em seus respectivos territórios?
  • Bom fim de semana a todos!

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