Empresários reforçam cobranças para retomada econômica

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Empresários reforçam cobranças para retomada econômica

Após duas enchentes de grande proporção, diretores de empresas e representantes do setor produtivo alinham estratégias para cobrar mais efetividade das políticas governamentais

Empresários reforçam cobranças para retomada econômica
Objetivo da Federasul foi alinhar estratégias para cobrar atuação dos governos estadual e federal. (Foto: Henrique Pedersini)
Vale do Taquari

A Federação das Entidades Empresariais do RS (Federasul) organiza uma nova ofensiva sobre os governos federal e estadual. Em reunião com empresários do Vale do Taquari, os representantes definiram algumas iniciativas primordiais após duas enchentes históricas e que trouxeram prejuízos aos negócios, à renda e ao emprego.

O encontro para realinhamento estratégico ocorreu na tarde de ontem em dois momentos. Primeiro com empresas de grande porte. Na sequência, negócios integrantes do Simples Nacional (com até R$ 4,8 milhões de faturamento anual).

Para os empresários, há uma série de iniciativas importantes neste momento. Passa pela revisão do modelo de crédito a partir do Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES), com maior prazo de carência e juros mais acessíveis, liberação de valores do PIS/Cofins, desburocratização do Fundopem e a cobrança sobre seguradoras a partir das negativas de ressarcimentos.

Outra frente importante é o controle sobre os CNPJs que tiveram acesso aos créditos com juros subsidiados e carência de 24 meses pelo Programa Nacional de Apoio às Micro e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).

Conforme o presidente da Federasul, Rodrigo Souza Costa, o encontro teve como finalidade identificar dificuldades e soluções individuais que possam estruturar políticas públicas coletivas que resgatem e mantenham a geração de riquezas, empregos e arrecadação nos municípios.

“Isso não é ajuda”

Presidente da Câmara da Indústria e Comércio do Vale do Taquari (CIC-VT), Ivandro Rosa, dois aspectos precisam ser considerados sobre os créditos para as empresas. Por um lado, o acesso via Pronampe é desigual.

“Temos lojas em Muçum, por exemplo. Lá não tem Banco do Brasil. Tudo é muito burocrático. Houve quem encaminhou e precisou fazer seguro. Isso não é momento. Não pode haver travas.”

Já para empresas com faturamento acima dos R$ 4,8 milhões até R$ 300 milhões, o formato de garantia determinado pelo governo federal torna o processo confuso e com poucas condições para o empreendedor acessar. “Com um juros que pode chegar a 1,75% ao mês. Isso não é ajuda.”

O sentimento de desassistência também se reflete nos empresários. “Somos filhos do governo e estamos abandonados. Precisamos de uma linha de crédito que funcione”, lamentou o diretor da Bom Frango, de Venâncio Aires, Jéferson Vidor.

“A empresa está sangrando”

A diretora executiva da Vinagre Prinz, de Lajeado, Janaína Koller Martinez, relembra os prejuízos de setembro. “Perdemos todo o estoque. Nosso vinagre se espalhou pela cidade inteira. A linha de produção ficou embaixo d’água. Escritório, documentos, tudo perdido. Agora estamos iniciando do zero.”
Responsável pela parte das finanças, Jônia Koller, calcula que houve um prejuízo de até R$ 10 milhões. “Precisamos de algo perto dos R$ 20 milhões para fazer a empresa em outro lugar. Para ficar onde estamos, seriam R$ 8 milhões.”

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