No interior de uma pequena casa de madeira no número 443 da rua João José Schonarth, em Estrela, fica uma vila de Natal. No espaço, não falta Papai Noel, renas, guirlandas e enfeites de pinheiros. São mais de 200 itens com elementos natalinos criados pela artesã Beatriz Schonarth, 58, a Bea, que vê na data, uma oportunidade de empreender.
A casinha foi inaugurada na sexta-feira, 24 e ficará aberta durante a manhã, ou com horário marcado com a artesã. Com a estrutura montada ao lado da casa dela, Bea diz que se a campainha tocar em outro momento do dia, ela também fica feliz em atender. Aposentada, conta que esta é uma forma de se manter ativa. Ela encontrou no negócio, uma nova motivação.
Bea começou a costurar e confeccionar peças em patchwork como terapia para auxiliar na depressão pós-parto. Mesmo depois do tratamento, se apegou à atividade e desde lá costura todos os dias, geralmente à tarde. Mais de 20 anos depois, muitas das produções estão na casa de familiares. Outras foram vendidas e a maior parte permanece na casa dela.
“A ideia de montar a casinha para vender os meus produtos teve início em 2022. Até então eu fazia e guardava, ou participava do Arte na Escadaria e vendia algumas peças”, conta. Além da temática natalina, ela também produz itens de Páscoa e outras datas comemorativas, assim como objetos de cozinha, entre outros. A ideia de Bea é que a casa esteja sempre aberta e mude de exposição ao longo dos meses.
A artesã também compartilha as produções nas redes sociais, pelo Facebook e Instagram Casinha By Bea, por onde podem ser feitas encomendas.
Do hobby ao negócio
A artesã de Lajeado Fabieli Wickert, mantém uma loja no bairro Florestal para expor as confecções de Natal.
Esta época do ano também ganha vida na loja de outra artesã, que expõe centenas de peças natalinas na Rua Barão do Cerro Largo, 90, no bairro Florestal. Natural de Estrela e moradora de Lajeado há 13 anos, Fabieli Wickert, 36, é proprietária da Beli Arts, que contém itens em patchwork e bonecos de pano. A profissional também dá cursos sobre as técnicas utilizadas.
Fabieli começou a fazer peças artesanais com 16 anos. No início, pintava latinhas, e fez curso de pintura. Outro curso que tem no currículo é o de bonecos. Desde então, não parou de produzir.
“Fazia mais para ocupar o tempo. Mas quando as pessoas viam os itens, pediam para comprar. Assim comecei a vender uma coisa e outra”. Com a loja, criada em 2014, muitas das vendas também ocorrem pela internet, por meio do Instagram @beli.arts, para diferentes estados do Brasil.
A loja é sempre enfeitada com elementos natalinos no dia 20 de setembro e, no dia 21, os clientes mais fiéis já visitam o espaço para conferir as novidades. Para Fabieli, esta também é a data com maior número de vendas. A Páscoa é outro período movimentado.
“Neste Natal, estamos desde junho produzindo para conseguir atender a demanda. Para nós está ótimo. Tanto as vendas na loja física como pela internet”, conta.
Em meio aos atendimentos, ela mantém a produção. Fabieli conta que todas as peças ela é quem cria. Por isso, a cada ano, se dedica a novas produções para surpreender os clientes, que também procuram a loja para adquirir outras decorações e peças como toalhas de mesa, tapetes, trilhos e guirlandas de porta, além dos bonecos, em outros meses do ano.
“Hoje, os bonecos que eram meu passatempo se transformaram em meu trabalho. E eu sou apaixonada por eles. Quanto mais faço, mais gosto de fazer”.
Protagonismo nas feiras
As praças pela região ficam temáticas nesta época, com a exposição dos artesanatos natalinos. Este é o melhor período de vendas também para grupos como a Associação dos Artesãos de Lajeado, que vai participar da programação do Natal do Coração na cidade.
Vice-presidente da associação, Leila Kauffmann diz que as vendas costumam aumentar de 30% a 50% no período, em relação a outras épocas do ano. O Dia das Mães também é movimentado, assim como a Páscoa.
“Em agosto já começamos a produzir os itens de Natal. É a data mais enfeitada, que as pessoas procuram mais o artesanato, também para relembrar um sentimento de infância, de família”, ressalta Leila.
Entre os itens vendidos, estão guirlandas, bonecos e enfeites para a árvore. Panos de prato e outras lembranças também são confeccionadas e muito procuradas pelos clientes. Presidente da associação, Sérgio Bacci diz que a maioria das pessoas procura itens menores para dar de presente e destaca que no artesanato, cada peça é única.
