A entrevistada do projeto “Diálogos HBB” desta semana é a cirurgiã plástica Maria Cláudia Piccoli. Natural de Passo Fundo, é filha de pai agrônomo e mãe médica. As quatro filhas do casal seguiram os mesmos passos da mãe. Uma delas perdeu a vida em um acidente de trânsito. A mãe dermatologista, a irmã mais velha ginecologista e a outra dermatolgista. O pai faleceu há cinco anos.
Maria Cláudia concluiu os estudos na terra natal e foi cursar medicina na Universidade Católica de Pelotas.
Sempre estudou muito, se espelhou na mãe que tomava à frente de tudo. Após formação em medicina, foi para Florianópolis estudar por mais dois anos a cirurgia geral. “Pensei em fazer cirurgia toráxica, parte de tórax e pulmão. Não sei o que aconteceu no meio do caminho que acabei me inscrevendo para cirurgia plástica e passei na primeira prova em Porto Alegre, muito disputada. Mais 3 anos me especializando em cirurgia plástica”.
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E lá se passaram 13 anos atuando na área da cirurgia plástica. “Nunca quis cirurgia plástica, acho que nem queria cirurgia e hoje amo o que faço, sei que estou no lugar certo. Sempre gostei do delicado e bem-feito. Minha formação acabou me levando para a cirurgia plástica, felizmente”, descreve.
Chegada em Lajeado
Segundo Maria Cláudia, a chegada em Lajeado foi uma oportunidade. “A região é sempre muito bem-vista para quem é de fora. Vim me apresentar e vi uma demanda talvez reprimida de atendimento da plástica reconstrutiva no HBB e eu me dispus. Na época, atendia no Hospital de Trauma e no Pronto Socorro de Canoas”.
Desde 2011, a especialista trabalha em Lajeado, no HBB, e em consultório na cidade de Teutônia. Na bagagem, a médica leva histórias de pessoas que sobreviveram devido aos trabalhos emergenciais realizados por ela. “Fiquei 4 anos fazendo sobreaviso da cirurgia plástica reconstrutiva no HBB. Atendi muito queimado, muito trauma de mão, serra circular, trauma de face, fiz muita reconstrução”.
Atualmente, Maria Cláudia atua mais na área da plástica, mas continua sendo acionada em algumas situações de reconstrução. “Devolver a autoestima para alguém é impagável. A depressão causa muita morbidade e devolver a autoestima favorece muito.”
HBB como referência na região
“Gostei de ficar em Lajeado pela estrutura hospitalar que nos oferecem e cada vez melhorando mais. O hospital fornece muita segurança e respaldo para que a gente possa trazer o paciente com segurança para cá, isso é bem importante para o profissional médico, tenho muita segurança em atuar no HBB”.
Quando indagada sobre a experiência vivida ao longo dos anos, desafios, dificuldades, ela responde, “faria tudo de novo, não mudaria nada. A região só cresce e nos devolve a qualidade com o que a gente entrega”.
Maria Cláudia Piccoli é mãe de dois filhos, um de 4 e outro de 5 anos e divide sua vida entre casa, hospital e consultório. “O médico é um ser humano como qualquer outro, tem seus afazeres e corre atrás dos seus objetivos como qualquer pessoa.”
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