Com 52 anos completos em outubro, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) Lajeado se consolida como uma instituição dedicada a oferecer saúde, educação e assistência social às pessoas com deficiência. Neste sentido, a qualidade do trabalho e a necessidade por mais atendimentos fez surgir uma parceria com o governo de Lajeado, com a locação de uma sala comercial para novos atendimentos.
Em entrevista ao programa Nossos Filhos, da Rádio A Hora 102.9, o presidente da Apae, Marco Antônio Moresco e a vice-presidente, Ana Cecília Togni detalham o convênio, já assinado. O espaço, às margens da BR-386, deve ser inaugurado em fevereiro.
“A nossa estrutura física no bairro São Cristóvão não comporta nossa necessidade de atendimento e não temos como ampliar”, destaca Moresco. Ele reforça que a parceria com o município se dá para residentes em Lajeado. No local, serão feitos os serviços de avaliação das pessoas em lista de espera e, posteriormente, os atendimentos.
O espaço terá capacidade de 300 atendimentos mensais. O objetivo é também melhorar o processo de espera dos serviços prestados. Moresco ainda afirma que a ideia do convênio partiu do próprio governo e que, para o próximo ano, será necessária a contratação de novos profissionais.

Instituição faz cerca de 900 atendimentos por mês, na área da saúde. (Foto: Divulgação)
Inclusão
Moresco diz ter conhecido a Apae quando precisou dos serviços para o filho, que vai completar 16 anos. “Tenho um filho com deficiência. Quando descobri a Apae, foi em função dele”.
O advogado destaca que hoje as famílias estão mais conscientes sobre a deficiência dos filhos e apoiam a instituição. “Eles estão mais ativos, sabendo que a necessidade que esse filho pode ter é a mesma das outras pessoas. Às vezes podem fazer as mesmas coisas, mas de forma diferente”.
Moresco ainda diz que é difícil ter um filho com deficiência, e toda a rotina é alterada, mas “aquilo que eles te dão em troca vale muito mais”, ressalta.
Saúde e educação
Além das famílias, a ajuda também vem de outras cidades que trazem crianças ao município para serem atendidas pela Apae. “Temos hoje um grande apoio de Lajeado neste sentido. Nosso maior número de alunos é daqui. Essa ajuda é fundamental para a manutenção da entidade”, reforça.
Com atuação na saúde, assistência social e educação, a Apae oferece aulas em uma escola direcionada às crianças e jovens com deficiência. As atividades são feitas com um professor e um monitor, com turmas de até oito alunos. Além disso, também mantém uma clínica de saúde para os usuários do serviço.
“Temos profissionais qualificados que buscam sempre especializações para o trabalho”, afirma a vice-presidente da Apae, Ana Cecília Togni. Na clínica, são recebidas 300 pessoas, com 900 atendimentos por mês. Ao todo, os serviços são oferecidos a 11 municípios.
Cinco décadas de história
Ana Cecília conta que a Apae de Lajeado iniciou as atividades em 1971, porque alguns pais de pessoas com deficiência e outras pessoas da comunidade sentiram a necessidade de ter um espaço dedicado ao atendimento dessas crianças e adolescentes. Os clubes de serviços também foram parceiros desde o começo.
A instituição, no início, funcionava em uma sala pequena alugada. Mais tarde, foi comprado um chalé de madeira, que era uma antiga escola municipal, nas proximidades de onde a Apae está hoje.
Com o tempo, a base da atual estrutura foi construída e ampliada a partir das necessidades ao passar dos anos. “Hoje temos 1,2 mil metros quadrados de área construída e está ficando pequeno. Nosso sonho é que até o fim da nossa gestão, tenhamos o começo de uma nova Apae para podermos atender mais pessoas com deficiência.
Atuação
- Assistência social
- Medicina
- Psicologia
- Pedagogia
- Psicopedagogia
- Fonoaudiologia
- Fisioterapia
- Terapia Ocupacional
- Estimulação Precoce
- Terapia Snoezelen
Áreas em destaque
ASSISTÊNCIA SOCIAL:
entre as atividades, estão os “programas de convivência”, com atendimento a pessoas adultas com comprometimento intelectual, associado a pouca autonomia nas atividades de vida diária e que necessitam de auxílio na locomoção, comunicação, alimentação e higiene. Ainda, há a “sala de convivência e fortalecimento de vínculos”, programa que o ferece um espaço acolhedor para atividades diversificadas: escuta, orientação, integração e valorização da participação coletiva.
SAÚDE:
assistência médica, estimulação precoce, clínica de reabilitação e habilitação, hidroterapia.
EDUCAÇÃO:
A Escola de Educação Especial Bem Me Quer atua com cinco turmas, além de uma Turma TEA (Transtornos do Espectro do Autismo), oficinas e atividades extracurriculares.