Cidades do Vale estão entre as melhores  para pessoas 60+

Vida e ambiente

Cidades do Vale estão entre as melhores para pessoas 60+

Dois Lajeados se destaca em nível nacional como a terceira melhor entre as de pequeno porte para se viver, segundo o Índice de Desenvolvimento Urbano para Longevidade. Marques de Souza, Anta Gorda e Lajeado também aparecem no ranking

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Cidades do Vale estão entre as melhores  para pessoas 60+
Com o apoio do governo municipal, idosos se encontram toda semana e promovem eventos para terceira idade. (Foto: Júlia Amaral)
Vale do Taquari

Todas as terças-feiras, cerca de 25 idosos se reúnem em uma sala anexa à Secretaria de Saúde de Dois Lajeados para conversar, dar risadas, jogar cartas, jogo da memória e bingo. No fim de semana, participam de bailes. Uma vez por mês, o encontro inclui mais um grupo, e o número de participantes chega a 80. Sobra vitalidade e bom humor.

“Faz 30 anos que escolhi Dois Lajeados para viver, e não me arrependo. É o nosso pequeno paraíso”, exalta Jandir Lottici, 67, um dos participantes do grupo. Para ele, não falta nada. O acesso à saúde é qualificado, e o encontro semanal com os amigos ajuda a manter a cabeça ativa e feliz. Dos 3,2 mil habitantes da cidade, cerca de 1,3 mil são idosos. Dois Lajeados é considerada pelo Instituto de Longevidade a terceira melhor cidade pequena para se viver no Brasil. A pesquisa considera a capacidade de atender às necessidades básicas de vida e oferecer bem-estar, sobretudo à população com mais de 60 anos.

Dos 3,2 mil habitantes de Dois Lajeados, cerca de 1,3 mil são idosos. Na cidade, a saúde é uma das prioridades. (Foto: divulgação)

Destaque na saúde

A cidade se mantém acima do ranking nacional e do sul do país no quesito saúde. Conforme o secretário da saúde do município, William Grando, existem programas voltados especificamente para a população idosa, desenvolvidos junto à Rede Bem Cuidar, projeto do governo do estado, e Amigo do Idoso.

“Nosso diferencial é que conhecemos todo mundo. Somos todos próximos, sabemos de cada família. Sem contar que nossos médicos do posto de saúde também atendem no hospital e, quando o posto não está aberto, conseguem atender a população”, conta Grando.

O Hospital São Roque é filantrópico e possui 50 leitos, sendo 10 geriátricos e 35 para o Sistema Único de Saúde (SUS). No posto de saúde, há dois médicos clínicos gerais, além de profissionais como dentista e nutricionista. Só em 2022, foram realizados 25 mil atendimentos no total. Para Grando, a dificuldade do momento é conseguir aumentar o quadro de pessoal.

Desafios pela frente

Há sete anos junto à gestão no município, a vice-prefeita Fabiana Giacomin percebe evoluções no desenvolvimento do município e destaca as necessidades. “Precisamos pensar na qualificação de mão de obra”. Atualmente, o município paga parte do transporte para jovens que buscam formação profissional em instituições de ensino em outros municípios.

Hoje, Dois Lajeados possui três escolas: duas municipais de educação infantil e fundamental, e uma estadual com ensino médio. Faltam educadores para formação técnica. Alguns profissionais saem para se qualificar e, depois, voltam para trabalhar no município.

“Antes, os jovens saíam do município em busca de emprego e não voltavam. Hoje isso não acontece mais. Alguns voltam para atuar na área da saúde. Na prefeitura, buscamos dar oportunidade para quem é daqui. Temos um Distrito Industrial em construção, o que deve melhorar ainda mais esse cenário”, conta. Para o Distrito Industrial, são destinados 16 lotes de terra. Até o momento, três empresas estão em construção. A área do distrito foi adquirida com recursos próprios. Por parte do estado, o investimento é em pavimentação por meio do Programa Avançar.

“Não saio daqui por nada”

Sônia Paccini, 58, chegou em Dois Lajeados há 30 anos contrariada pelo marido. “Morávamos em Chapecó, mas ele é daqui e sempre queria voltar. Quando resolvemos nos mudar, não gostei da ideia. Hoje, eu não saio daqui por nada. Não há outra cidade que eu queira viver”, comenta. Para Sônia, o que se destaca no município é a amizade entre os moradores. “No encontro de idosos, você pode chegar triste, mas vai sair feliz e mais leve. Faz muito bem para a cabeça”.

O que é o IDL

O Índice de Desenvolvimento Urbano para Longevidade está na terceira edição e é um projeto do Instituto de Longevidade. São reveladas as atuais condições de todas as cidades brasileiras, levando em consideração sua capacidade de atender às necessidades básicas de vida e oferecer bem-estar, especialmente aos adultos mais idosos.

A composição geral dos rankings do IDL 2023 é baseada em três variáveis: Economia, Socioambiental e Saúde. Em cada variável, 23 indicadores são analisados.

Melhores cidades pequenas para viver

1. Peritiba (SC)
2. Rodeio Bonito (RS)
3. Dois Lajeados (RS)
4. Tunápolis (SC)
5. Lacerdópolis (SC)
6. Arroio Trinta (SC)
7. São Martinho (SC)
8. Caxambu do Sul (SC)
9. Lajeado Grande (SC)
10. Boa Vista do Buricá (SC)
11. Rio Fortuna (SC)
12. Marques de Souza (RS)
13. Tenente Portela (RS)
14. Luzerna (SC)
15. Anta Gorda (RS)

Melhores cidades médias para viver

  1. São Lourenço (MG)

    13. Lajeado

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