Casos de AVC isquêmico aumentam na região

ENTREVISTA | FRENTE E VERSO

Casos de AVC isquêmico aumentam na região

Dados divulgados pelo Hospital Bruno Born, de Lajeado, referência no tratamento, contabilizam 160 novos casos de janeiro a outubro deste ano

Casos de AVC isquêmico aumentam na região
Vale do Taquari

Os casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC), considerada umas das principais causas de morte no Brasil, avançam no país. No Vale do Taquari não é diferente. De 130 casos em 2017, para 216 em 2022. Somente neste ano, de janeiro a outubro, 160 pacientes vítimas de AVC deram entrada ao Hospital Bruno Born (HBB).

Em entrevista ao programa Frente e Verso desta quarta-feira, 8, o neurocirurgião do HBB, Isaac Bertuol esclarece os motivos dessa elevação. Segundo ele, nem todas as pessoas dão à devida atenção aos sintomas agudos, aqueles que aparecem de forma repentina.

“Estou bem, de repente, começo a enrolar a língua, perco força de um lado do braço e perna, visão de um olho, quadro de tontura aguda com vômitos. Isso são sintomas de AVC, início agudo. A consequência depende do tamanho da lesão o que pode inchar o cérebro e entrar para cirurgia imediatamente”, esclarece Bertuol.

De acordo com o profissional de saúde, 80% dos casos são AVC isquêmico e 20% o hemorrágico, aquele que ocorre o derramamento de sangue. “Cerca de 60% dos casos acometem pessoas jovens, pacientes abaixo dos 55 anos e, a maioria são mulheres.”

Causas

Pessoas com cardiopatia, arritmia cardíaca, trombofilia – sangue mais grosso que o habitual, obesidade, pressão alta, tabagismo e, agora, suspeitas com os quadros de covid. Em mulheres, o uso contínuo de anticoncepcional, abortos prévios.

Prevenção do AVC

Segundo Bertuol, o principal meio de prevenir o AVC é evitar fatores que aumentam o risco da doença, por exemplo, controlar a pressão alta, doença silenciosa que vai machucando com o tempo as artérias do organismo, acumulando placas de gordura. Cuidado com a alimentação, tabagismo, alcoolismo, além da prática de atividades físicas.

“No caso de crianças, manter rotina de consultas e avaliações iniciais para ver se tem uma predisposição maior cardiológica e vacular”, relata.

Orientações

Bertuol enfatiza que quanto mais rápido o diagnóstico, a chance de melhora ou recuperação total ou parcial são maiores. “Possível cura vai depender do tempo de ação – tratamento, idade, do atendimento, depende do tamanho e área afetada”.

O HBB é referência para tratamento em toda a região. “Temos estrutura eficaz, apta para atender esse tipo de paciente. Atendimento de exames de imagem em tempo hábil, neurologistas e neurocirurgiões de prontidão, atendimento rápido. Tem toda uma estrutura e se capacitando e especializando em termos de equipamentos e profissionais. Estamos para conseguir uma credencial do Ministério da Saúde, tipo 3, para atendimento do AVC, que vai qualificar ainda mais nosso hospital e região. Todos os profissionais engajados. Em breve, novo equipamento de hemodinâmica para tratamento de AVC e infartos está disponível”, ressalta.

“E atenção: Estejam atentos aos sintomas iniciais do AVC, sintomas agudos de déficit do paciente. Tempo é cérebro, tempo é saúde. Quanto mais rápido o diagnóstico, maiores as chances de cura”.

Assista a entrevista na íntegra

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