Noiva de preto, bicicleta de madeira e as relíquias no Museu de Venâncio Aires

HISTÓRIA

Noiva de preto, bicicleta de madeira e as relíquias no Museu de Venâncio Aires

Espaço destinado para preservar o passado regional tem mais de 80 mil peças doadas pela comunidade

Noiva de preto, bicicleta de madeira e as relíquias no Museu de Venâncio Aires
Venâncio Aires

Com acesso gratuito, o Museu de Venâncio Aires é um destino cultural imperdível na área central do município. Localizado no imponente Edifício Storck, a instituição abriga mais de 80 mil peças doadas pela comunidade, entre objetos, equipamentos, vestimentas e livros antigos.

Os materiais são expostos num rodízio dependendo da temática escolhida no mês. Em outubro, entre as exposições temáticas estava um ambiente focado em profissões e outro em instrumentos musicais.

Ao total, o museu tem seis salas. Duas delas são fixas: uma objetos arqueológicos encontrados na região e outra com a própria história do museu.

Coordenadora de projetos do museu, Andrea Boufleur, cita três objetos como os mais populares: a noiva de preto, uma bicicleta de madeira e o realejo. “O museu é importante para preservar a história e mostrar que esses não são só objetos antigos, mas fazem parte das lembranças das pessoas”, ressalta Andrea.

A instituição abre durante a semana das 9h às 11h30min e das 13h30 às 16h30min, além de dois domingos ao mês de forma aleatória.

O 365 vezes no vale produziu um vídeo sobre o museu disponível aqui. 

Museu de muitos donos

A história do museu iniciou em 1994, quando uma ação organizada pelo Núcleo de Cultura de Venâncio Aires (Nucva) arrecadou centenas de objetos antigos em algumas semanas. O lema da campanha era “doe uma peça, ganhe um museu”.

A pequena sala emprestada para o museu ficou pequena. Assim, em dezembro do mesmo ano inciou-se uma campanha para compra do histórico Edifício Storck. Com área de 1,3 mil metros quadrados, a estrutura custou R$ 500 mil dólares e foi adquirida com doação de 673 pessoas físicas e jurídicas.

Devido essa mobilização, a instituição ficou conhecida como “museu de muitos donos”.

Edifício Storck

Entre os primeiros prédios com mais de um pavimento na vila que se tranaria Venâncio Aires. Leva o sobrenome da família do farmacêutico Gosswino e Dolores Storck. Foi construído para ser uma farmácia com laboratório e clínica médica, além de casa dos Storck.

A obra iniciou em 1929 sob a responsabilidade do engenheiro e arquiteto austríaco Simão Gramlich, o mesmo que projetou a Igreja Matriz São Sebastião Mártir. Essa foi a única construção sem fins religiosos projetado por Gramlich.

Na época, a família Storck foi isenta por 10 anos dos impostos municipais, pois o prédio embelezava a vila. O município tombou o edifício como patrimônio histórico em 2001. O tombamento estadual foi registrado em 2012.

Objetos populares

Noiva de preto: Esse costume está associado à tradição vinda com a imigração europeia. O preto era considerada uma cor clássica associada ao respeito e fertilidade. Além disso, era uma peça prática por disfarçar a sujeira e poderia ser utilizado em outras ocasiões pós-núpcias.

Bicicleta de madeira: Foi fabricada por Nicolau Pereira dos Santos em 1904, em Santa Emília, interior de Venâncio Aires. O homem produziu a própria bicicleta de madeira ao descobrir o mecanismo do veículo tradicional. A bicicleta de madeira foi usado por Nicolau e seus familiares. Após, fixou exposta em muitas lojas de Porto Alegre. O interesse foi tanto que a Caloi se interessou em comprá-la, mas os netos negaram a venda devido o valor sentimental.

Realejo: Instrumento musical do passado com foles, tubos e palhetas de metal. Quando o cilindro é acionado por meio da manivela, os registros abrem as válvulas de determinados tubos, o ar penetra e surge a música.

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