“Sempre gostei do que fazia, por isso continuei”

ABRE ASPAS

“Sempre gostei do que fazia, por isso continuei”

Faz menos de um ano que Venâncio Eugênio Diersmann se aposentou do escritório de advocacia que trabalhava há três décadas. Aos 82 anos, ele também relembra dos tempos de professor, dos anos à frente do Castelinho e até da atuação no poder público. Natural de Concórdia (SC), Diersmann veio a Lajeado em 1962. Aqui, construiu família e um legado de mais de 60 anos de trabalho e dedicação

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Atualizado quarta-feira,
09 de Agosto de 2023 às 07:34

“Sempre gostei do que fazia, por isso continuei”
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Você é natural de Santa Catarina. Quando veio para Lajeado?
Eu tinha 21 anos, era seminarista em São Leopoldo e estava estudando para ser pastor. Minha ideia era seguir na área da teologia. Mas então, um dos meus professores me recomendou para o diretor do Colégio Evangélico Alberto Torres, aqui de Lajeado. Vim para cá em 1962 e comecei a dar aulas de português, alemão e até matemática. Na época do seminário, já ajudava alguns colegas que tinham dificuldade em algumas disciplinas, mas foi no Ceat que aprendi a ser professor.

O senhor também foi diretor do Castelinho por anos. O que lembra dessa experiência?
Comecei a dar aulas no Colégio Presidente Castelo Branco em 1966, época em que as aulas ainda eram ministradas na Escola Fernandes Vieira. Naquele tempo, as coisas eram diferentes, eu nem sequer tinha diploma. Só fiz faculdade quando a antiga Fates (hoje Univates) começou a funcionar. Fui da primeira turma do curso de Letras, me formei em 1972. No ano seguinte, fui convidado para assumir a direção. Recebi muito apoio da equipe e dos professores da época.

Nesse meio tempo, o senhor também atuou na vida pública, certo?
Sim, fui vereador de 1973 a 1976. Eu já era engajado na questão comunitária e, na época, ser vereador era uma distinção. No início, nem sequer era remunerado, fazíamos de forma voluntária, para desenvolver a comunidade. Era o tempo da Arena e do MDB, era muito diferente, talvez até mais ingênuo. Fiz muitos amigos na política, dentro e fora do partido, lembro de visitar as comunidades do interior com o meu Fusca.

Além de professor, você também é advogado e até pouco tempo ainda estava trabalhando na área. O que te motivou a continuar?
Comecei a estudar Direito em 1985, enquanto ainda dava aulas em escolas e universidades. Sempre me interessei pelo lado civil e público do Direito. A partir da década de 1990, já formado, comecei a trabalhar na área jurídica da prefeitura de Lajeado e em um escritório de advocacia, onde continuei até dezembro do ano passado. Acho que sempre gostei do que fazia, por isso continuei. Entre meu tempo como professor, advogado e até vereador foram mais de 60 anos de trabalho.

Quando olha para a sua trajetória, do que o senhor tem orgulho?
O que mais mexe comigo é perceber que quase todas as minhas atividades tiveram alguma relação com o tato humano, com as pessoas. Sempre gostei dos relacionamentos, de dar e receber, a troca. Como professor, sinto que aprendi mais do que ensinei.

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