A cor do gato

Opinião

Marcos Frank

Marcos Frank

Médico neurocirurgião

Colunista

A cor do gato

Por

Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Há muitos anos ocorre uma discussão sobre qual o melhor modelo para o Estado entregar os serviços para o qual foi pago pelos nossos impostos.

Se a saúde pública funcionasse as mil maravilhas, não estaríamos discutindo esse assunto e não haveria razão para existir planos de saúde.
Se a segurança pública funcionasse bem, também não existiriam empresas de segurança privada e a insegurança não seria um dos motivos de maior preocupação dos brasileiros.

Afinal, a ineficiência do Estado (aqui me refiro nas 3 esferas) sempre foi a razão apontada pelos liberais e defensores do estado mínimo, para defender as privatizações.
Foi assim com a telefonia, com a energia elétrica e com as estradas.
Ocorre que essas empresas também possuem ineficiências. E isso basta para que os defensores do Estado grande se manifestem.

Difícil dizer com quem está a razão…
Décadas atrás quando a China emergia da pobreza e se afastava da revolução cultural, perguntaram ao sucessor de Mao, Deng Xiaoping, se afinal a China era comunista ou capitalista.

A resposta foi curta, direta mas bem ao gosto chinês de que, quem se define, se limita: “Não importa a cor do gato, o que importa é se ele sabe caçar ratos.”
Anos atrás Lajeado foi cercada de pedágios pelos defensores do estado mínimo. Fizeram concessão para uma empresa privada que, no limite da boa vontade, se pode dizer que deixou as estradas transitáveis. Na época o pedágio era unidirecional.

O governo mudou e assume um defensor do Estado grande, e após brigas e derrota na justiça, o que mudou na prática é que o pedágio começou a ser cobrado nos dois sentidos.
Novas eleições e volta o pessoal do Estado mínimo. Tentaram prorrogar as concessões em troca de redução de pedágios e duplicação de estradas. A derrota dessa vez foi na assembleia.

Nova mudança de governo e volta ao poder o pessoal contrário ao estado mínimo. Eles encerram as concessões, mas mantém os pedágios que passariam a ser geridos por uma empresa estatal. Surge a EGR que passou ocupar o vácuo deixado pelas empresas privadas, com a promessa de ser enxuta e ágil, sem objetivar lucro, e ter tarifas reduzidas.

Governo após governo depois de sua criação e a EGR , para os lajeadenses sempre foi sinônimo de pesadelo.
Por isso foi surpreendente quando a CCR- Via Sul assumiu a BR 386 anos atrás com uma agilidade jamais vista nas nossas estradas.

Mas isso não se justifica que a empresa estejam sendo tão negligente com os canteiros de obra e tão pouco transparentes nas decisões tomadas e que afetam a nós, moradores de Lajeado.
Enquanto isso, a região segue procurando o gato que melhor cace o rato…

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